São Paulo – A Bolsa fechou em alta, chegou a atingir a máxima de 129.194,14 pontos, mas acabou encerrando na região dos 128 mil pontos, em dia de otimismo generalizado, puxada por fluxo externo e ganhos dos pesos-pesados. Das 87 ações da carteira teórica, apenas oito caíram, com destaque para Natura (NTCO3). Na semana, o Ibovespa acumulou ganhos de 3,14%.
Na ponta positiva, Magazine Luiza (MGLU3) foi destaque. As ações da companhia subiram 13,47% repercutindo o resultado no 4T24 em que a companhia registrou lucro líquido de R$ 294,8 milhões, alta de 38,9%.
A Vale (VALE3) registrou alta de 3,28%. Itaú (ITUB4) avançou 3,25% e Petrobras (PETR3 e PETR4) avançou 3,89% e 3,07%.
A Natura (NTCO3) foi destaque de queda, despencou 29,94%. A empresa registrou prejuízo de R$ 438,5 milhões no 4T24, queda de 83,5% na comparação com os R$ 2,661 bilhões de 2023.
O principal índice da B3 subiu 2,64%, aos 128.957,09 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em abril registrou ganho de 2,52%, aos 130.265 pontos. O giro financeiro foi de R$ 27,1 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam no positivo.
Bruno Komura, analista da Potenza Capital, disse que o bom humor de hoje no mercado é atribuído ao “valuation atrativo e rotação internacional”.
Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos, disse a bolsa tem um dia de otimismo “com fluxo positivo para Brasil, com rebalanceamento de portfólio entre [países] emergentes e olhando o nível de preço. Grandes bancos têm revisado pra cima o Brasil, enquanto o México por conta de tarifas [de Trump], Oceania e Indonésia tiveram revisão pra baixo. Nesse mercado de incerteza, o melhor é comprar ativo barato, e Brasil é um deles. O mercado vai tentar a região dos 130 mil pontos, e pela força do movimento, devemos ter uma alta mais acentuada. Para mim uma região boa é os 133,8 mil pontos”.
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em queda de 0,92%, cotado a R$ 5,7438. A moeda refletiu um bom generalizado no mercado global, com os avanços nas negociações para o término da guerra entre Rússia e Ucrânia. A sessão foi marcada pelo intenso fluxo estrangeiro. Na semana, a divisa estadunidense recuou 0,77%.
Segundo o sócio da Pronto! Invest Vanei Nagem, a possibilidade de que a guerra entre Rússia e Ucrânia esteja próximo ao fim faz com que o mercado global fique otimista, ajudando inclusive os ativos de risco como o real.
Sobre a guerra tarifária promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Nagem acredita que o Brasil será pouco afetado. não vendo, por ora, motivo para preocupação.
O analista da Potenza Capital Bruno Komura observa que “estamos vendo que o movimento de rotação continua – saída das techs americanas para outros mercados o movimento foi iniciado pelos hedge funds americanos, mas agora parece que é generalizado. Os investidores estão reduzindo exposição aos Estados Unidos por conta das incertezas que o Trump tem causado com a guerra comercial e estão buscando oportunidades e proteção em outros mercados como os emergentes. O Brasil tem se beneficiado pelas expectativas em relação à China e por isso, apesar do mercado pior no exterior, temos visto o dólar desvalorizando por conta da entrada de recursos”.
Na contramão do dólar, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em tímida alta. Na falta de um driver específico, o mercado está atento ao Comitê de Política Monetária (Copom). que se reúne na próxima semana e irá atualizar o valor da Selic (taxa básica de juros).
Por volta das 16h38 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,735% de 14,720% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,545%, de 14,490%, o DI para janeiro de 2028 ia a 14,390%, de 14,350%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 14,440% de 14,410% na mesma comparação.
No exterior, os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em alta, recuperando uma parte das perdas na semana, à medida que os investidores tiveram um alívio em relação às manchetes sobre tarifas.
Os investidores agora se preparam para a reunião de política monetária do Federal Reserve, agendada para a próxima semana. De acordo com a ferramenta FedWatch da CME, há uma probabilidade de 97% de que as taxas de juros sejam mantidas inalteradas.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: +1,65%, 41.488,19 pontos
Nasdaq 100: +2,61%, 17.754,0 pontos
S&P 500: +2,12%, 5.638,94 pontos
Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Agência Safras News