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Bolsa fecha em queda e dólar em alta com temores sobre política tarifária de Trump

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São Paulo – A Bolsa fechou em queda menos intensa que os índices americanos, em um dia de forte aversão ao risco global com a incerteza rondando o mercado. A cautela dos investidores esbarra nas medidas tarifárias de Donald Trump e os possíveis efeitos na economia. Das 87 ações da carteira teórica do Ibovespa, menos de 20 subiram.

As ações de Magazine Luiza (MGLU3) lideram os ganhos em 4,96% em meio à unificação das vice-presidências de plataforma e negócios, seguidas de Asai (ASAI3) com alta de 3,97%. Vale (VALE3) caiu 1,60%.

O principal índice de desempenho da B3 recuou 0,41%, aos 124.519,38 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em abril caiu 0,59%, aos 125.940 pontos. O giro financeiro foi de R$ 20,2 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam no negativo.

Gabriel Cecco, especialista da Valor Investimentos, disse que “o Ibovespa cai com preocupações com as perspectivas econômicas dos Estados Unidos. Além disso, as ações de grandes empresas como Vale, Petrobras, também dos principais bancos vem sofrendo perdas significativas no pregão de hoje. O BTG reiterou a recomendação de compra para Petrobras com restabelecimento dos investimentos”.

Ubirajara Silva, gestor de renda variável independente, disse que a elevação de recomendação de compra para a bolsa brasileiro pelo JP Morgan ajudou o Ibovespa não cair tanto.

Vicente Matheus Zuffo, fundador e CIO da Chess Capital, disse que as próximas medidas de Donald Trump trazem incertezas ao mercado porque podem refletir na economia, “é um movimento de aversão ao risco global”.

Nicolas Farto, sócio e head de renda variável da Vértiq Invest, disse que o exterior reflete aqui.

A semana passada foi atípica [por conta do carnaval], não foi uma semana cheia. Hoje estou enxergando que esse movimento mais negativo para o Ibovespa está conectado com as movimentações do mercado externo, principalmente o americano, com os indicadores mostrando falta de atividade nos Estados Unidos. Essa queda na atividade assusta um pouco, especialmente pelas falas do Donald Trump que estão começando a bagunçar bastante. Não sabemos até que ponto ele vai manter o discurso, com isso a percepção de risco fica muito alta. A dúvida fica para onde vai o mercado, o que abre espaço para a queda de juros nos Estados Unidos. A grande questão é se essa queda é suficiente para manter o nível de atividade. Se ela cair com muita força, até que ponto isso pode prejudicar os mercados emergentes?”.

Farto acrescentou que os fatores domésticos também atingem o mercado.

“Não estamos vendo o governo ser muito responsável trazer boas propostas, a nomeação da Gleisi [Gleisi Hoffmann para a secretaria de Relações Internacionais], eventual nomeação do Guilherme Boulos [como ministro], são sinalizações que o governo pode ir para uma linha mais populista. É uma mistura perigosa que pode acabar influenciando o mercado aqui”.

No mercado de câmbio, o  dólar comercial fechou em alta de 1,13%, cotado a R$ 5,8545. A moeda refletiu, ao longo da sessão, a preocupação do mercado com as medidas protecionistas que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, possa vir a tomar. Também existe com a inflação ao consumidor (CPI, sigla em inglês) que será divulgada nessa semana.

Cristiane Quartaroli, economista-chefe da Ouribank, disse que o movimento de aversão ao risco é global.

“Vimos uma taxa de câmbio mais estável pela manhã, até caindo, mas logo depois do almoço reverteu e o dólar voltou a subir. Existe uma cautela do mercado em relação à divulgação do CPI, na quarta-feira (12), e um sentimento de incerteza por conta das próximas iniciativas do governo Trump em relação às tarifas e o possível impacto dessas medidas na economia americana. O sentimento é que essa política possa acarretar recessão, isso acabou trazendo um sentimento de aversão ao risco de forma geral. As moedas de outros [países] emergentes estão subindo.”

Após passar boa parte do pregão em queda, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) passaram a subir no meio da tarde e fecharam em alta refletindo a valorização da taxa de câmbio.

Por volta das 16h10 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,790% de 14,740% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,695%, de 14,570%, o DI para janeiro de 2028 ia a 14,610%, de 14,475%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 14,675% de 14,535% na mesma comparação.

No exterior, os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em forte queda, intensificando as perdas das últimas três semanas, com os investidores temendo que a incerteza na política tarifária leve a economia a uma recessão algo que o presidente Donald Trump não descartou durante uma entrevista no fim de semana.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -2,08%, 41.911,71 pontos
Nasdaq 100: -4,00%, 17.468,3 pontos
S&P 500: -2,69%, 5.614,56 pontos

 

Paulo Holland e Darlan de Azevedo /Agência Safras News

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