Pressões se intensificam e preços do arroz recuam novamente

543
arroz

Porto Alegre, 14 de novembro de 2024 – Permanecendo sob forte pressão, o mercado doméstico do arroz vai refletindo o impacto de múltiplos fatores que dificultam a sustentação das cotações atuais. A constatação é do analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira.

“Com a aproximação do fim do ano e o avanço da nova safra, a expectativa de aumento na área semeada e de uma maior produtividade tem contribuído para a intensificação da pressão sobre os preços, amenizando a difícil situação do mercado do produto beneficiado”, explica.

Conforme Oliveira, esse cenário tem melhorado a viabilidade das negociações entre as indústrias e o varejo, uma vez que o custo da matéria-prima apresenta sinais de redução, aliviando parte do fardo sobre os preços finais.

Apesar do dólar elevado, os efeitos da entressafra e o cenário internacional favorável para as exportações, o mercado interno enfrenta grandes desafios. “Um dos principais problemas está relacionado à forte queda no consumo doméstico de arroz”, relata o consultor.

Esta retração no consumo pode ser atribuída a diversos fatores. “Em primeiro lugar, muitos consumidores formaram estoques no primeiro semestre do ano, reduzindo a demanda no segundo semestre”, lembra o analista.

Além disso, o efeito substituição, em que os consumidores migraram para produtos derivados de trigo, cujos preços estão muito mais atrativos, também pesa sobre o consumo do cereal. “Outro ponto relevante é o impacto da epidemia de apostas online, que vem afetando fortemente o varejo e, consequentemente, o consumo de itens básicos como o arroz e feijão”, finaliza.

Em relação aos preços, a média da saca de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista), principal referencial nacional, encerrou cotada a R$ 116,24 no dia 12 de novembro, queda de 2,32% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, havia uma queda de 2,19%. E um aumento de 3,76% quando comparado ao mesmo período de 2023.

Veja também tudo sobre o mercado de feijão

Rodrigo Ramos/ Agência Safras News

Copyright 2024 – Grupo CMA