Cautela dos compradores e oferta limitada de feijão reduzem negócios em outubro

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Imagem de Ariel Núñez Guzmán por Pixabay

Porto Alegre, 1 de novembro de 2024 – O mês de outubro para o mercado brasileiro de feijão foi de baixa demanda e preços pressionados no início do período. A situação foi influenciada por uma série de fatores, incluindo questões macroeconômicas, qualidade dos grãos e oferta restrita.

Segundo o analista de Safras & Mercado, Gabriel Viana, para o grão carioca, o mês começou com queda nos preços, reflexo da baixa demanda no varejo e da qualidade reduzida dos grãos.

“A dificuldade de comercialização foi tão acentuada que houve casos de devoluções de produtos. Na Zona Cerealista de São Paulo, a saca de feijão carioca extra nota 9 chegou a ser negociada entre R$ 245,00 e R$ 275,00, variando conforme a qualidade”, relatou.

De acordo com Viana, problemas climáticos, como seca e queimadas, impactaram a qualidade dos lotes, resultando em grãos ressecados e frágeis, suscetíveis a quebras no processo de beneficiamento. “Porém, na segunda quinzena do mês, os preços do feijão carioca tiveram uma recuperação de 6,8%, impulsionados pela oferta limitada e pelo aumento no consumo em meio à alta do preço do feijão preto”, explicou.

Feijão preto

Já no caso do feijão preto, conforme o analista, o cenário de outubro foi de pressão negativa nos preços, em grande parte devido à baixa demanda e à concorrência com o feijão argentino, que manteve o preço entre R$ 350,00 e R$ 360,00 por saca. A saca de feijão preto extra no mercado nacional teve variação próxima a R$ 350,00, enquanto lotes de qualidade inferior foram negociados entre R$ 270,00 e R$ 300,00.

“Mesmo com uma oferta relativamente limitada, as vendas de feijão preto seguiram em ritmo lento. O consumo foi enfraquecido e o cenário econômico adverso, que impacta o poder de compra dos consumidores brasileiros”, afirmou.

Viana projetou que para os próximos meses, espera-se um aumento na oferta com a chegada das novas safras. Caso se consolide, poderá intensificar a pressão sobre os preços, principalmente se a demanda não demonstrar sinais de recuperação.

Ritiele Rodrigues – ritiele.rodrigues@safras.com.br (Safras News)

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