Com impasse prolongado entre compradores e vendedores, inquietação cresce no setor de arroz

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Porto Alegre, 13 de setembro de 2024 – O mercado de arroz segue travado, com um impasse que se prolonga há semanas. “A média da saca gaúcha está próxima dos R$ 120,00, enquanto as indústrias enfrentam dificuldades crescentes em repassar o aumento dos custos da matéria-prima ao varejo”, explica o consultor e analista de Safras & Mercado, Evandro Oliveira.

“Esta situação é agravada por um consumo enfraquecido e uma forte sensibilidade dos consumidores aos preços”, acrescenta. O varejo, por sua vez, temendo a total estagnação nas vendas, resiste a aplicar ajustes nos preços, o que gera uma tensão crescente no setor.

A Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (FEDERARROZ) emitiu uma nota, por meio do presidente Alexandre Velho, ressaltando a importância de manter os acordos firmados no primeiro semestre e evitar novas turbulências. A entidade reforça a necessidade de a classe orizícola demonstrar organização para manter o mercado abastecido.

No entanto, adverte o analista, com a safra 2024/25 ainda a cerca de cinco meses de distância, o mercado enfrenta uma incerteza crescente, o que pode levar o governo a adotar medidas mais severas caso o cenário se deteriore. “Frente a essas dificuldades, as empresas têm voltado sua atenção para os derivados e subprodutos do arroz, com foco nas exportações e no aumento de campanhas para revitalizar o consumo interno”, relata.

Para Oliveira, esse movimento demonstra uma tentativa de equilibrar as pressões de custos com estratégias alternativas para manter a sustentabilidade do setor. “O mercado segue aguardando com cautela os próximos desdobramentos, especialmente no que se refere ao consumo e a extensa queda de braço atual”, ressalta.

A média da saca de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista) encerrou a quinta-feira (12) cotada a R$ 118,10, queda de 0,25% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, houve um recuo de 0,43%. E um aumento de 17,92% quando comparado ao mesmo período de 2023.

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Rodrigo Ramos/ Agência Safras News

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