Café tem fortes perdas em NY com correção técnica e indicações que geadas foram brandas no Brasil

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     Porto Alegre, 13 de agosto de 2024 – A Bolsa de Mercadorias e Futuros de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica encerrou as operações desta terça-feira com preços acentuadamente mais baixos.

Após a segunda-feira de agitação e susto com as indicações de geadas no domingo em parte do cinturão cafeeiro do Brasil, que levaram a fortes altas do café em NY, a terça foi de queda nas cotações com realização de lucros e correções. Isso foi estimulado pelas indicações de que as geadas foram brandas em áreas de baixadas, e elevadas altitudes, “de capote”, devendo trazer pouco impacto sobre a safra brasileira de 2025.

Além disso, a madrugada desta terça-feira foi de um frio mais ameno e sem geadas. O efetivo impacto sobre os cafezais para a safra 2025 será melhor observado adiante, até porque o frio intenso também pode afetar a produtividade futura. Porém, em um mercado tão volátil, bastaram as informações indicar que os danos não foram severos, muito distante do evento de 2021, para o mercado devolver os ganhos da segunda-feira.

À exceção do contrato setembro, as demais posições voltaram a fechar abaixo da linha de US$ 2,30 a libra-peso. A queda do petróleo e outras commodities e a notícia de amplos embarques brasileiros em julho, com o ano civil mantendo recorde nas exportações de café, contribuíram para o tombo em NY.

A exportação brasileira de café totalizou 3,774 milhões de sacas de 60 kg em julho desse ano, primeiro mês da safra 2024/25, volume que implica evolução de 25,7% sobre os 3,002 milhões de sacas embarcados no mesmo período de 2023. A receita cambial foi de US$ 932,5 milhões, apresentando crescimento de 47,9% em idêntico intervalo comparativo. Os dados fazem parte do relatório estatístico mensal do Cecafé.

Em julho, os cafés canéforas (conilon + robusta) mantiveram o significativo desempenho dos meses anteriores ao avançarem 82,2% na comparação anual e somarem 900.818 sacas, segundo maior volume para um mês na história, atrás apenas das 902.266 sacas de novembro de 2023. O arábica cresceu 13%, para 2,491 milhões de sacas; o solúvel, com 376.524 sacas, evoluiu 26%; e o segmento de torrado e torrado e moído embarcou 5.552 sacas, com incremento de 47%.

No acumulado de janeiro ao final de julho de 2024, as exportações brasileiras de café totalizam 28,146 milhões de sacas, montante recorde para o período e que representa alta de 46,3% em relação ao aferido nos sete primeiros meses do ano passado e de 18% sobre os 23,852 milhões de sacas do maior nível até então, registrado no primeiro septimestre de 2021.

    Os contratos com entrega em setembro/2024 fecharam a 232,70 centavos de dólar por libra-peso, com queda de 8,15 centavos, ou de 3,4%. A posição dezembro fechou a 229,05 centavos, desvalorização de 9,50 centavos, ou de 4,0%.

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Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Safras News

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