Porto Alegre, 12 de julho de 2024 – Safras & Mercado atualizou os dados de comercialização da safra brasileira de café 2024/25 e evolução da colheita, mostrando um bom avanço em ambos os indicadores. Levantamento de Safras apontou que até o último dia 09 de julho as vendas por parte de produtores brasileiros de café somavam 33% da produção 2024/25.
Houve um forte avanço na comercialização que acabou elevando o fluxo de venda acima de igual período do ano passado, quando 32% da safra havia sido vendida, mas ainda ficando abaixo da média dos últimos 5 anos (2019 a 2023), que aponta 39% da safra vendida nesse período. “Além dos preços mais altos, outro fator que contribui para o aumento do fluxo de vendas é a percepção de que a safra será menor que a esperada preliminarmente, especialmente o conilon”, avalia o consultor de Safras, Gil Barabach.
As vendas de café arábica alcançam 33% da produção, acima dos 30% do mesmo período do ano anterior, mas aquém da média de 5 anos, que gira em torno de 39%. “A alta no preço e o forte interesse de compra justificam o avanço na comercialização. A colheita mais acelerada também favoreceu o melhor andamento dos negócios. Em todo caso, não se percebe pressão vendedora, pelo contrário, quem está correndo atrás do café é o comprador. A necessidade de embarque ou cobertura de posição nas indústrias é que vem ditando o ritmo dos negócios”, comenta Barabach.
Destaque às vendas de café conilon, que avançaram 12 pontos percentuais e alcançam 32% da produção nesse início de julho. Mesmo com esse salto, o fluxo de venda continua abaixo de igual período do ano passado (35%) e da média dos últimos 5 anos (38%). Segundo Barabach, depois de acelerar as vendas no início, o produtor tirou um pouco o pé, voltando a mostrar um pouco mais de interesse agora devido à disparada nos preços.
Barabach observa que há muito café nos armazéns, mas já comprometidos com exportação, apenas esperando o contêiner para ir para o porto. “O fluxo de venda do conilon deve continuar direcionado à exportação, cobrindo lacuna deixada o Vietnã. O dólar alto e a bolsa de Londres em níveis históricos favorecem esse movimento”, afirma.
“O produtor brasileiro, nesse momento, gerencia o seu fluxo de comercialização com mais tranquilidade, de olho em novas oportunidades com o dólar e a bolsa e bastante atento ao inverno. Lógico que a puxada nos preços e a maior disponibilidade física, com andamento da colheita, acabaram favorecendo novos negócios”, analisa Barabach. Porém, diz Barabach, sem afobação do lado do vendedor. Por isso, continua a sensação de pouca disponibilidade física e que a safra ainda não começou.
Colheita
Já a colheita de café no Brasil mantém o ritmo acelerado, aproveitando o clima seco predominante na maior parte das regiões produtoras. De acordo com o acompanhamento semanal de Safras & Mercado, até o dia 09 de julho, 66% da safra 24/25 já havia sido colhida, um avanço de 8 pontos percentuais em relação à semana anterior.
Os trabalhos seguem bem acima de igual período do ano passado, quando a colheita abrangia 59% da safra, e também superior à média dos últimos 5 anos para o mesmo período, de 62%.
Segundo o consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach, a colheita do conilon vai se encaminhando para o fim mais cedo do que esperava e está entregando menos café do que o projetado inicialmente. Os trabalhos alcançam 83% da safra, em comparação com 76% no mesmo período do ano passado, e estão acima da média de 80% para este período.
A colheita de arábica continua acelerada e alcança 58% do potencial da produção. Assim, supera tanto igual época do ano passado (50%) como a média de 5 anos em 53%. “Aumenta a preocupação em relação ao tamanho da safra”, destaca o consultor de Safras & Mercado.
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Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Safras News
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