Demanda por feijão extra cresce, enquanto grão comercial se mantém estagnado

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Porto Alegre, 5 de julho de 2024 – O mercado brasileiro do feijão carioca iniciou a semana firme, apesar da retração observada entre os compradores. De acordo com o analista e consultor da Safras & Mercado, Evandro Oliveira, a disparidade entre os diferentes tipos de feijão carioca permanece evidente, com mercadorias defeituosas sendo negociadas a partir de R$ 170,00 por saca, enquanto os primeiros pivôs colhidos nas áreas irrigadas de Minas Gerais e Goiás alcançam até R$ 320,00 por saca. A maioria das ofertas provém dos estados de Minas Gerais e Paraná, com uma contribuição adicional de Santa Catarina.

“O movimento dos compradores com necessidade imediata de aquisição foi fraco, refletindo a atual falta de urgência nas compras. Porém, nas regiões produtoras onde a colheita de feijões irrigados já começou, negócios pontuais foram reportados entre R$ 300,00 e R$ 320,00 por saca”, afirmou. Ele também relata que em Ponta Grossa, no Paraná, os produtos remanescentes de safras anteriores são cotados entre R$ 200,00 e R$ 240,00, enquanto em Campo Verde, no Mato Grosso, as indicações variam entre R$ 240,00 e R$ 280,00 por saca.


Com o escoamento gradual das ofertas, conforme destaca o analista, espera-se que o volume de feijão comercial diminua, favorecendo a sustentação dos preços. “A presença de compradores foi escassa, com interesse específico em mercadorias com nota 8 ou superior, tentando adquirir pelos mesmos valores da semana passada, mas sem sucesso”, relata. Já sobre as ofertas de melhor qualidade e extra, Evandro atribui a ascensão ao avanço das colheitas das lavouras irrigadas no Sudeste e Centro-Oeste do país. “Negócios pontuais foram reportados com preços de até R$ 315,00 por saca perto do fim da semana. Essa oferta passará a ter uma boa procura no mercado devido à necessidade de reposição de mercadorias mais novas, claras e de boa aparência na embalagem”, diz.

Conforme alguns corretores entrevistados pelo consultor de Safras & Mercado, para efetivar negócios em casos de necessidade urgente de venda, será necessário conceder algum desconto. A expectativa entre os agentes de mercado é de uma melhora nas vendas no varejo, o que deve resultar em uma maior procura por parte dos empacotadores. Em relação às outras variedades, as indicações nominais para o feijão branco extra estão entre R$ 610,00 e R$ 630,00 por saca, enquanto o feijão fradinho extra é cotado entre R$ 235,00 e R$ 245,00 por saca.

Feijão preto

Ao contrário do feijão carioca, o mercado de grão preto iniciou a semana enfraquecido e com baixa oferta. Segundo Oliveira, a demanda retraída, característica que permeia o mercado em geral, resulta em um volume de comercialização reduzido. “Muitos empacotadores preferem se abastecer diretamente nas fontes de produção, limitando a movimentação do mercado. As pedidas dos vendedores permanecem firmes, sustentadas pela entressafra e pela oferta limitada no curto prazo, criando um ambiente de escassez controlada”, explica.

Para o analista, a expectativa é de que as ofertas aumentem novamente em 2025 com a chegada da nova safra. Até lá, o mercado deve continuar com baixa movimentação, com vendedores mantendo os preços estáveis para evitar uma pressão de queda.

Compradores realizam aquisições pontuais apenas em casos de necessidade urgente, refletindo um mercado com oferta presente, mas demanda limitada. No estado do Paraná, os preços chegam até R$ 275,00 por saca, dependendo da qualidade do produto, mas novos negócios são escassos devido à falta de necessidade imediata de compra.

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Ritiele Rodrigues (ritiele.rodrigues@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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