Preços domésticos do feijão sobem e já são superiores ao mesmo período de 2023

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Porto Alegre, 14 de junho de 2024 – Nesta segunda semana de junho, os preços domésticos do feijão voltaram a subir, superando os valores do mesmo período de 2023. A expectativa de um mercado firme com possíveis ajustes pontuais se confirmou. Segundo o analista e consultor da Safras & Mercado, Gabriel Viana, os compradores aumentaram a demanda na metade final da semana, resultando em preços mais altos para o feijão carioca na Bolsinha de São Paulo, referência para a precificação nacional.

Foram ofertadas cerca de 64 mil sacas na bolsa, com pelo menos 12 mil encontrando compradores. A saca do feijão carioca extra nota 9 foi cotada a R$ 300,00, uma alta de 11,11% em relação à semana passada e 5,26% acima do mesmo período do mês passado, ficando apenas 1% abaixo do mesmo período em 2023. Em Laranjeiras do Sul, Paraná, negócios pontuais variaram entre R$ 160,00 e R$ 200,00 por saca.


“A semana encerrou com preços fortalecidos para o produto carioca. A demanda cresceu após um período de retração dos compradores nas semanas anteriores. Agora, o foco está na colheita no Rio Grande do Sul, onde se estima uma perda de 30% devido às enchentes de maio”, relatou Viana.

De acordo com o analista, para as próximas semanas, espera-se negociações mais lentas, devido aos volumes adquiridos nas primeiras duas semanas de junho e a postura defensiva dos compradores em maio, que anteciparam estoques por receio de volatilidade nos preços. Bons negócios realizados no pós-pregão da quarta-feira deixaram poucas sobras para o final da semana, apesar da pressão de alguns operadores para reduzir os preços na zona atacadista de São Paulo. “O desafio agora é transferir essa redução para os poucos produtores que ainda possuem estoques no campo e vender algumas cargas a preços inferiores aos atuais”, explicou por fim.

Feijão preto

Já o mercado de feijão preto, conforme destacou Viana, iniciou a semana com firmeza, operando com um volume modesto de amostras e cotações em alta. Aproximadamente 1,5 mil sacas foram ofertadas e vendidas, indicando uma forte demanda em meio a uma oferta limitada. Junho apresentou boas oportunidades para vendedores com maior necessidade de liquidez, especialmente para o produto extra, Tipo 1, que permanece escasso e registrou elevações de preço mais expressivas.

No entanto, as negociações tornaram-se mais difíceis ao longo da semana, com preços iniciais em torno de R$ 240,00 por saca e poucos negócios concretizados. O mercado estagnou, com cerca de 7.700 sacas ofertadas e apenas 3 mil sendo negociadas durante as cinco sessões da semana. Apesar disso, o feijão preto argentino foi cotado até R$ 300,00 por saca, e rumores indicam novos contratos de exportação, com pelo menos 80 mil sacas destinadas ao México.


Foi previsto um aumento na produção de feijão preto, com um crescimento de 8,5% na produtividade e um significativo incremento de 63,5% na área plantada, alcançando 331 mil hectares. Semelhante ao feijão carioca, o feijão caupi também apresenta crescimento na área cultivada (4,9%) e melhoria no desempenho das lavouras (20,6%), com cerca de 60% da área da terceira safra sendo irrigada.

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Ritiele Rodrigues (ritiele.rodrigues@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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