Porto Alegre, 7 de junho de 2024 – Nesta semana, todas as atenções do mercado de arroz estiveram voltadas para o leilão para a importação de 300 mil toneladas beneficiadas por parte da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab). Após grande disputa jurídica, a operação ocorreu nesta quinta-feira, negociando 263,3 mil toneladas.
Para o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, o comportamento do mercado atualmente é marcado por um clima de confusão, incerteza e desânimo. “A liberação do leilão intensificou as preocupações no setor”, afirma. “Vendedores relataram cancelamentos de negócios devido à expectativa de aquisição do produto subsidiado a preços mais baixos, o que gerou um impacto imediato na dinâmica de negociação”, acrescenta.
Segundo Oliveira, não foi possível identificar ligações diretas dos arrematadores com a cadeia produtiva do arroz. “Diversos participantes de estados como Tocantins, Paraná e Santa Catarina não tiveram sucesso em suas ofertas”, relata.
Conforme o presidente da Conab, Edegar Pretto, houve politização do leilão de arroz e que não esperava as ações movidas na justiça para impedir a operação. Segundo ele, o objetivo do leilão é garantir acesso fácil e mais barato da população ao alimento e os que agiram contra “ou não compreenderam, ou acharam possibilidade de fazer oposição”.
O dirigente disse que toda a documentação está de acordo com a legislação. “Perguntaram se não era precipitado. Precipitado era o preço subir mais de 19% em um mês, como em Santa Catarina. Em algumas regiões, aumentou 100%. Por esse motivo, o governo precisou agir para garantir a soberania alimentar e combater a fome. Tínhamos absoluta certeza da legalidade da operação”, justifica.
Neste contexto conturbado, a semana foi de preços praticamente estáveis. A média da saca de 50 quilos de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista) permaneceu cotada a R$ 120,73 no dia 6, apresentando um avanço de 0,06% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, havia uma alta de 11,09%. E um aumento de 48,49% quando comparado ao mesmo período de 2023.
Rodrigo Ramos/ Agência Safras News
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