Preocupações com oferta deram suporte a ganhos no mercado de café em maio

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    Porto Alegre, 31 de maio de 2024 – O mercado internacional de café apresentou preços mais altos em maio, até o dia 30 (data do fechamento da coluna mensal) para o arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) e para o robusta em Londres. Foi um mês de altos e baixos, de muita volatilidade, mas os ganhos no balanço mensal se refletiram também em cotações mais altas ao produtor no Brasil.

Novamente, o mercado futuro do robusta (canéfora) em Londres comandou as ações e puxou também o arábica para níveis mais altos em maio. A oferta disponível segue limitada no Vietnã, maior produtor mundial do robusta. E há grandes preocupações em relação à safra 2024/25 do país, que será colhida a partir do fim do ano. O clima em regiões importantes segue com umidade insuficiente, o que deve prejudicar o tamanho da produção. A Volcafé, por exemplo, projeta safra de café robusta 2024/25 no Vietnã em 24 milhões de sacas, o menor nível em 13 anos, diante dos danos irreversíveis causados pela seca.

No Brasil, a colheita do conilon (canéfora) também traz temores. Os rendimentos estão aquém das expectativas devido ao clima desfavorável ano passado. E o país segue com amplo crescimento nas exportações do conilon, ocupando espaço do robusta vietnamita, em razão da escassez e das dificuldades de exportações entre Ásia e Europa devido aos problemas com ataques a navios no Mar Vermelho.

Para completar o cenário de suporte aos preços internacionais do café, também há preocupações com a safra brasileira de arábica. O início da colheita mostrou grãos mais miúdos que o esperado, com problemas também na qualidade.

Outro fator de suporte a se considerar é a chegada agora de massas de ar polar ao cinturão cafeeiro do Brasil, que sempre traz consigo temores em relação às geadas e proteção climática como aspecto de suporte.

E o café ainda sacudiu ao longo do mês nas bolsas pelas subidas e descidas do dólar e pelo bom e mau humor nos mercados financeiros. Movimentos de realização de lucros e ajustes técnicos também marcaram alguns dias de maio.

    No balanço mensal de maio até o dia 30, na Bolsa de NY o contrato julho acumulou uma alta de 7,5%, saindo de 216,65 centavos de dólar por libra-peso ao final de abril para 233,00 centavos no dia 30 de maio. Em Londres, a alta do robusta foi de 6,2%.

No Brasil, o mercado acompanhou o movimento. Os produtores seguem cautelosos, mas participam do mercado com vendas nos repiques nas bolsas. O comprador também mostra-se reticente, entrando para aquisições pontuais no dia a dia e esperando por quedas nas cotações com a chegada da safra.

    O café arábica bebida boa no sul de Minas Gerais chegou ao dia 29 de maio (quarta-feira) em R$ 1.310,00 a saca na base de compra, alta no mês de 6,5%. O conilon tipo 7, em Vitória, Espírito Santo, acumulou em maio até o dia 29 elevação de 3,6%, fechando o dia em R$ 1.165,00 a saca.

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Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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