Lucro líquido da Petrobras recua 37,9% no primeiro trimestre de 2024, a R$ 23,7 bilhões

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São Paulo, 14 de maio de 2024 – A Petrobras divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2024 (1T24), com lucro líquido atribuído aos acionistas de R$ 23,7 bilhões, queda de 37,9%, na comparação com mesmo período do ano anterior (1T23). Em relação ao ultimo trimestre do ano passado (4T23), o lucro líquido recuou 23,7%.

“Esse resultado é principalmente atribuído aos menores volumes de vendas e à redução do preço do petróleo e da margem de diesel. Além disso, o resultado foi impactado pela piora do resultado financeiro devido à desvalorização do real frente ao dólar. Esses efeitos foram parcialmente compensados pela redução das despesas operacionais e imposto de renda apurado”, afirmou a estatal.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 60 bilhões, queda de 17,2% em relação ao primeiro trimestre de 2023. Em relação ao ultimo trimestre do ano passado, o Ebitda ajustado recuou 10,2%. O recuou é reflexo de menores volumes de vendas de óleo e derivados e pela redução no preço do petróleo e na margem de diesel. Esses efeitos foram parcialmente compensados pelas menores despesas operacionais, com destaque para o resultado com abandono de áreas ocorrido no 4T23.

A receita líquida foi de R$ 117,7 bilhões, queda de 15,4%, em relação ao primeiro trimestre de 2023. Em relação ao ultimo trimestre do ano passado, a receita recuou 12,3%. Segundo a companhia, o resultado é reflexo, principalmente, pela menor receita com as vendas de diesel no mercado interno e com exportações.

A redução da receita com derivados no mercado interno deveu-se principalmente a menores preços, à sazonalidade do consumo, ao aumento do teor de biodiesel na mistura do diesel e à perda de competitividade da gasolina para o etanol hidratado. A menor receita com a venda do petróleo no mercado interno decorreu dos menores volumes de vendas para a Acelen, associados aos menores preços realizados.

No 1T24, houve queda nas receitas de exportações, com destaque para menor volume exportado de gasolina e menores preços realizados na exportação de petróleo. Essa redução é atribuída principalmente à desvalorização das cotações internacionais no momento da realização das exportações, à realização de operações de troca de qualidade da

gasolina no 4T23 e às paradas de manutenção ocorridas no trimestre.

No 1T24, o menor volume de vendas foi o fator predominante na redução dos custos dos produtos vendidos. Houve ainda menores custos com importação, principalmente, de petróleo e diminuição nos custos com participações governamentais na produção de petróleo, acompanhando a desvalorização das cotações na formação dos estoques

No 1T24, as despesas operacionais reduziram 51% ante o 4T23, refletindo principalmente menores despesas com impairment e resultado com abandono de áreas ocorridas no 4T23.

No 1T24, o resultado financeiro foi negativo em R$ 9,6 bilhão, ante um resultado positivo de R$ 1,4 bilhão no 4T23. Esse resultado financeiro foi impactado principalmente pela perda com variação cambial do real frente ao dólar, que se

desvalorizou 3,2% no 1T24 (de R$ 4,84/US$ em 31/12/23 para R$ 5,00/US$ em 31/03/24) e pela ausência de receita com atualização monetária referente ao acordo judicial com a Eletrobras ocorrida no 4T23.

Em 31 de março de 2024, caixa e equivalentes de caixa totalizaram R$ 57,7 bilhões e as disponibilidades ajustadas somaram R$ 90,9 bilhões. No 1T24, os recursos gerados pelas atividades operacionais alcançaram R$ 46,5 bilhões e o fluxo de caixa livre positivo totalizou R$ 32,4 bilhões. Este nível de geração de caixa foi utilizado para: (a) remunerar os acionistas (R$ 17,1 bilhões), realizar investimentos (R$ 14,0 bilhões), amortizar passivos de arrendamento R$ 9,5 bilhões), e amortizar o principal e juros devidos no período (R$ 7,9 bilhões).

ENDIVIDAMENTO

Em 31/03/2024, a dívida bruta alcançou US$ 61,8 bilhões, uma queda de 1,2% em comparação com 31/12/2023. O prazo médio da dívida passou de 11,38 anos em 31/12/2023 para 11,30 anos em 31/03/2024 e o seu custo médio variou de 6,4% a.a. para 6,5% a.a. no mesmo período. A relação dívida bruta/EBITDA ajustado alcançou 1,22x em 31/03/2024 em comparação com 1,19x em 31/12/2023.

Em 31/03/2024, a dívida líquida atingiu US$ 43,6 bilhões, uma queda de 2,4% em comparação com 31/12/2023.

OPERACIONAL

No 1T24, a produção média de óleo, LGN e gás natural alcançou 2.776 MMboed, aumento de 3,7% em comparação com a produção do mesmo período do ano anterior (1T23). Dentre os principais fatores para essa variação, podemos destacar o ramp-up dos FPSOs Almirante Barroso, P-71, Anna Nery, Anita Garibaldi e Sepetiba, além da entrada em

produção de 19 novos poços de projetos complementares nas Bacias de Campos (11) e Santos (8). A produção em terra e águas rasas foi de 35 Mbpd, em linha com o trimestre anterior. A produção no exterior foi de 33

Mboed, referente aos campos da Bolívia, Argentina e Estados Unidos, em linha com o 4T23.

A produção do pós-sal foi de 343 Mbpd, 11,6% inferior ao 4T23, principalmente em função do maior volume de perdas com paradas e manutenções e do declínio natural de produção, fatores parcialmente compensados pelo ramp-up do FPSO Anita Garibaldi.

No segmento de Refino, Transporte e Comercialização, a produção total de derivados no 1T24 foi de 1.753 mbpd, 6,1% acima da produção do 1T23. A participação de diesel, gasolina e QAV em relação à produção total foi de 67% no 1T24, em linha com o mesmo período no ano anterior.

O fator de utilização total (FUT) do parque do refino continua elevado, atingindo 92% no 1T24, 7 p.p. acima do 1T23 e 2 p.p. abaixo do 4T23, mesmo com importantes paradas programadas na REPAR e na REPLAN. No 1T24 os óleos do pré-sal representaram 67% da carga processada no Refino, 2 p.p. acima do 4T23, contribuindo para uma atividade de refino mais sustentável e alto rendimento de diesel, gasolina e QAV.

O volume de vendas de derivados no 1T24 reduziu 4,9% em relação ao 4T23, principalmente no que diz respeito ao diesel

e gasolina. A redução de 7,6% nas vendas de diesel foi influenciada pela sazonalidade no consumo, que diminui durante os primeiros meses do ano devido à redução da atividade econômica nesse período. Além disso, houve um aumento no teor mínimo de mistura obrigatória de biodiesel, que passou de 12% para 14% em março de 2024. As menores vendas de gasolina, com queda de 5,2% em relação ao 4T23, ocorreram devido à sazonalidade típica, com pico de consumo no

último trimestre de cada ano, além da perda de participação do derivado para o etanol hidratado no abastecimento dos veículos flex entre os trimestres. Por outro lado, as vendas de QAV aumentaram 1,9% devido a fatores sazonais

associados ao período de férias.

No 1T24 as exportações reduziram 4,2% em relação ao 4T23 devido a menores exportações de derivados, com destaque para a gasolina principalmente pela realização de operações de troca de qualidade no 4T23, além das paradas de manutenção no 1T24. Esse movimento foi parcialmente compensado pelo aumento da exportação de petróleo, refletindo a menor necessidade de processamento de óleo nas refinarias. Houve aumento das importações de petróleo e derivados. A importação de diesel aumentou no 1T24 em relação ao 4T23 devido à necessidade de recomposição de estoques em função de paradas de manutenção.

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Emerson Lopes / Safras News

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