Em meio à menor oferta e maior procura, mercado brasileiro de feijão é impulsionado em abril

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Porto Alegre, 3 de maio de 2024 – Durante todo o mês de abril, as preocupações em torno da oferta limitada sustentaram os preços no mercado brasileiro de feijão. Especificamente, o grão carioca apresentou um volume considerável de oferta, atendendo às expectativas dos compradores e mantendo os preços na Bolsa. Pequenas variações nos preços dos feijões extra refletiram a qualidade do produto, com a escassez de grãos extra de alta qualidade afetando a dinâmica do mercado.

Embora o controle de oferta tenha sido observado, com um aumento na presença de compradores e preços relativamente estáveis, os feijões de nota 9 das cultivares Estilo e Sabiá foram negociados por até R$ 300,00/saca, devido à escassez de padrões mais elevados.

Última semana

Segundo o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, o grão carioca na última semana refletiu um cenário de cautela entre os agentes, que anteciparam possíveis quedas nos preços devido à expectativa de aumento da oferta e ao feriado do Dia Internacional do Trabalhador. Cerca de 15 mil sacas foram ofertadas ao longo da semana, com aproximadamente 4 mil comercializadas.

Inicialmente, o mercado permaneceu calmo, com exceção dos feijões de nota 9 e 9,5, que continuam escassos. Destacou-se a presença de lotes de feijão carioca extra de nota 9 EL (Dama), vendidos a R$ 320,00 a saca, enquanto o restante das ofertas concentrou-se em mercadorias comerciais.

“Rumores indicaram negociações de lotes de feijão nota 8,5 para embarque, com valores entre R$ 230,00 e R$ 240,00 a saca”, relatou.

As vendas para feijões comerciais variaram entre R$ 185,00 e R$ 205,00 por saca. Na madrugada, predominaram as mercadorias comerciais, com amostras de feijões nota 8,5 das cultivares Sabiá e Campos Gerais.

Feijão preto

Já o feijão preto iniciou a semana com um volume moderado de amostras e cotações estáveis. Das 2,5 mil sacas ofertadas durante a madrugada, aproximadamente 500 foram efetivamente negociadas. Conforme o analista, as vendas têm sido essenciais para manter os preços, especialmente para os feijões de melhor qualidade.

De acordo com Oliveira, no primeiro pregão da semana na Bolsa, havia apenas amostras de feijão preto extra nacional, com pedidas de até R$ 270,00 por saca. No Paraná, os feijões de melhor qualidade estão sendo negociados entre R$ 210,00 e R$ 240,00 por produto pré-limpo.

Os preços praticados mantiveram-se estáveis, seguindo a tendência das últimas semanas, com valores de R$ 270,00 por saca para os padrões extra nacional e R$ 280,00 por saca para os grãos importados da Argentina. Em Criciúma, Santa Catarina, as indicações variam entre R$ 180,00 e R$ 220,00 por saca. Os preços do feijão preto permanecem nominais, considerando as vendas apenas para embarque com entrega futura, com os melhores padrões negociados entre R$ 260,00 e R$ 270,00 por saca.

Avanço da colheita

Os trabalhos de colheita da primeira safra 2023/24 de feijão atingiram 83,3% da área no Brasil, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na semana passada a colheita atingia 76,7%. No mesmo período do ano passado a ceifa estava completa em 92,7% da área.

Em relação à segunda safra 2023/24, o Departamento de Economia Rural (Deral) informou, em seu relatório semanal, que a colheita atingiu 16% da área projetada para o estado do Paraná. Até o momento, 66% das lavouras paranaenses estão em boas condições, 25% em condições médias e 9% ruins, nas fases de floração (6%), frutificação (48%) e em maturação (46%). No dia 22 de abril, a ceifa atingia 9% da área e 72% das lavouras estavam em boas condições, 22% em situação média e 6% ruins, entre as fases crescimento vegetativo (2%), floração (14%), frutificação (49%) e maturação (35%).

Ritiele Rodrigues (ritiele.rodrigues@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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