Pressão de venda aumenta e preços do milho cedem em parte do Brasil

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Porto Alegre, 12 de abril de 2024 – O mercado brasileiro de milho registrou alterações de preços ao longo da semana. Segundo a Safras Consultoria, a maior pressão na venda contribuiu para que os preços recuassem em alguns estados brasileiros, como Goiás, Mato Grosso e São Paulo. Já em outros houve estabilidade nas cotações e até mesmo altas, como no Rio Grande do Sul e no Paraná. Ainda que os preços tenham caído em alguns estados, o consumidor seguiu cauteloso nas intenções de compra, esperando um recuo ainda maior nas cotações.

O andamento da colheita da safra de verão prossegue e isso vai contribuindo para pressionar as cotações do cereal. Também houve o retorno das chuvas em regiões produtoras de milho safrinha que vinham apresentando um quadro de estresse hídrico, o que deve contribuir para um melhor desenvolvimento das lavouras. Além disso, analistas de Safras acrescentam que a participação do Brasil nas exportações de milho segue muito fraca até agora no ano, pois o cereal argentino se mostra mais competitivo.

No cenário internacional, o mercado estava na expectativa para a divulgação do relatório de oferta e demanda de abril do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. Houve um corte nos estoques finais de passagem para a safra estadunidense e mundial, muito embora em níveis inferiores aos previstos pelo mercado, o que ainda contribui para um cenário de ampla oferta para o cereal, mantendo a Bolsa de Chicago pressionada.

Os estoques finais de passagem da safra 2023/24 dos Estados Unidos foram estimados em 2,122 bilhões de bushels, contra os 2,172 bilhões apontados no mês passado e acima dos 2,105 bilhões de bushels esperados pelo mercado. As exportações em 2023/24 foram indicadas em 2,1 bilhões de bushels, sem mudanças ante em março. O uso de milho para a produção de etanol foi elevado de 5,375 bilhões de bushels para 5,4 bilhões de bushels.

A safra global 2023/24 foi projetada em 1.227,86 milhão de toneladas, abaixo das 1.230,24 milhão de toneladas indicadas em março. O USDA estimou estoques finais da safra mundial 2023/24 em 318,28 milhões de toneladas, abaixo das 319,63 milhões de toneladas indicadas no mês passado, mas acima das 317 milhões de toneladas previstas pelo mercado.

A safra dos Estados Unidos em 2023/24 foi indicada em 389,69 milhões de toneladas, sem alterações ante março. A estimativa de safra brasileira é de 124 milhões de toneladas em 2023/24, sem mudanças, enquanto o mercado indicava uma produção de 122,1 milhões de toneladas. A produção da Argentina deve atingir 55 milhões de toneladas, contra as 56 milhões de toneladas indicadas em março. O mercado projetava uma safra de 55,3 milhões de toneladas.

A Ucrânia teve sua projeção de safra mantida em 29,5 milhões de toneladas na temporada 2023/24. A África do Sul teve a safra cortada de 15,5 milhões de toneladas para 14 milhões de toneladas. A China, por sua vez, teve a estimativa de produção para 2023/24 mantida em 288,84 milhões de toneladas.

Preços internos

O valor médio da saca de milho no Brasil foi cotado a R$ 56,82 no dia 11 de abril, baixa de 0,81% frente aos R$ 57,28 registrados na semana passada. No mercado disponível ao produtor, o preço do milho em Cascavel, Paraná, subiu 1,72%, de R$ 58,00 para R$ 59,00. Em Campinas/CIF, a cotação caiu 0,79%, de R$ 63,00 para R$ 62,50. Na região da Mogiana paulista, o cereal foi cotado a R$ 58,00, sem alterações frente à semana passada.

Em Rondonópolis, Mato Grosso, a cotação da saca retrocedeu 2,22%, de R$ 45,00 para R$ 44,00. Em Erechim, Rio Grande do Sul, o preço aumentou 1,69%, de R$ 59,00 para R$ 60,00 na venda.

Em Uberlândia, Minas Gerais, o preço na venda seguiu em R$ 55,00 a saca. E em Rio Verde, Goiás, o preço retrocedeu 3,64%, de R$ 55,00 para R$ 53,00 na venda.

Exportações

As exportações de milho do Brasil apresentaram receita de US$ 9,586 milhões em abril (5 dias úteis), com média diária de US$ 1,917 milhão. A quantidade total de milho exportada pelo país ficou em 28,644 mil toneladas, com média de 5,729 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 334,70.

Em relação a abril de 2023, houve baixa de 76,4% no valor médio diário da exportação, queda de 78,1% na quantidade média diária exportada e valorização de 7,5% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

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Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Safras News

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