Após euforia de habilitações pela China, mercado brasileiro de boi volta a sentir pressão de oferta

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Porto Alegre, 15 de março de 2024 – O mercado físico do boi gordo registrou grandes oscilações ao longo da semana. De acordo com o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, passada a euforia com as novas habilitações para o mercado chinês, que favoreceram altas de preço no mercado futuro, o boi gordo retomou a trajetória de pressão por oferta em alguns estados.

Iglesias ressalta que as indústrias mantiveram escalas de abates confortáveis e testaram patamares mais baixos de preço, como em São Paulo e em Minas Gerais. “O quadro tende a se tornar ainda mais complicado ao longo do segundo trimestre, considerando o habitual desgaste das pastagens e a consequente perda da capacidade de retenção por parte do pecuarista, levando ao auge da safra do boi gordo”, avalia.

Os preços a arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do País estavam assim no dia 14 de março:

* São Paulo (Capital) – R$ 220,00 a arroba, estável frente à semana passada.

* Goiás (Goiânia) – R$ 215,00 a arroba, inalterado em relação à última semana.

* Minas Gerais (Uberaba) – R$ 220,00 a arroba, recuo de 2,22% na comparação com o fechamento da semana passada, de R$ 225,00.

* Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 220,00 a arroba, estável na comparação com a semana anterior.

* Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 212,00 a arroba, alta de 1,44% frente aos R$ 209,00 da última semana.

Atacado

Iglesias destaca que o mercado atacadista apresentou um comportamento misto em seus preços durante a semana., com queda nos preços do traseiro bovino e alta dos cortes do dianteiro.

Ele acrescenta que a segunda quinzena do mês reserva maior propensão para queda dos preços, com a demanda menos aquecida. O quarto traseiro foi precificado a R$ 18,30 por quilo, recuo de 1,08% frente aos R$ 18,50 por quilo da semana passada. O quarto dianteiro subiu 7,69%, passando de R$ 13,00 por quilo para R$ 14,00 por quilo.

Exportações

Iglesias salienta que as exportações de carne bovina seguem em ótimo nível no que tange a volumes, com o Brasil caminhando a passos largos para um novo recorde histórico.

As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 227,808 milhões em março (6 dias úteis), com média diária de US$ 37,968 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 50,612 mil toneladas, com média diária de 8,435 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.501,10.

Em relação a março de 2023, houve alta de 45,9% no valor médio diário da exportação, ganho de 56% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 6,4% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

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Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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