Porto Alegre, 8 de março de 2024 – O mercado brasileiro de feijão carioca teve um cenário marcado pela lentidão e pela falta de movimentação significativa na última semana. Os preços iniciaram em um patamar mais fraco, refletindo a cautela e a hesitação dos agentes em realizar transações. Com aproximadamente 25 mil sacas disponíveis para comercialização, apenas cerca de 4 mil foram efetivamente negociadas.
Segundo o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, um dos fatores que contribuíram para a relativa estagnação foi a ausência de compradores com necessidade imediata de adquirir mercadorias, especialmente durante as madrugadas. Além disso, a presença de produtos manchados, resultado das chuvas que afetaram as lavouras de Minas Gerais durante a fase final de maturação, adicionou uma camada adicional de complexidade ao cenário.
“A oferta, combinada com o produto armazenado da safra irrigada do ano passado, tem sido suficiente para atender à demanda atual, mas não o necessário para impulsionar uma atividade mais robusta no mercado”, explicou.
De acordo com Oliveira, mesmo com a possibilidade de comprar por valores mais baixos, os compradores presentes não demonstraram interesse em realizar ofertas. No contexto mais amplo, conforme o analista, o mercado de feijão carioca continua enfrentando desafios, com uma demanda varejista ainda relativamente baixa e uma oferta que, embora abundante, não parece ser suficiente para impulsionar uma atividade mais vigorosa.
“A retração compradora tem sido evidente, principalmente devido ao movimento de queda nos preços. A baixa levou as empresas a adotarem uma postura cautelosa, aguardando para avaliar até onde os preços podem chegar”, relatou.
Feijão preto
O feijão preto apresentou um cenário de pouca movimentação, segundo o analista, refletindo uma dinâmica de oferta e demanda que ainda não se equilibrou totalmente. O volume inicial de amostras foi restrito, porém ao longo dos dias, houve uma ampliação acompanhada por ajustes nas cotações.
Cerca de 2,5 mil sacas foram ofertadas nas madrugadas, mas sem negócios relevantes reportados. Nas regiões onde a qualidade do feijão é garantida, os preços permaneceram estáveis, com os produtores optando por aguardar um maior equilíbrio na demanda antes de efetuarem vendas.
Lotes pontuais de feijão preto de melhor qualidade foram negociados na faixa de R$ 410,00 a R$ 430,00 por saca, enquanto os de qualidade inferior foram cotados entre R$ 380,00 e R$ 400,00 por saca. Oliveira explicou que mesmo em meio a um ambiente de lentidão, já se discutiam novos preços entre os compradores na metade da semana.
As ofertas de feijões argentinos, antes cotadas a R$ 430,00 por saca, passaram a ser propostas por até R$ 420,00. Entretanto, os demais tipos de feijão deixaram os corretores em uma posição delicada, aguardando alguma indicação de interesse por parte dos compradores para iniciarem as negociações. Os preços que antes variavam entre R$ 380,00 e R$ 400,00 por saca estão sendo recusados, demonstrando a sensibilidade do mercado à necessidade de uma reação por parte dos compradores para impulsionar as vendas.
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Ritiele Rodrigues (ritiele.rodrigues@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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