Março deve ser extremamente chuvoso no centro-norte do Brasil – Rural Clima

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Porto Alegre, 16 de fevereiro de 2024 – A Rural Clima está projetando bons volumes de chuvas para a região centro-norte do Brasil em março. Acompanhe mais detalhes nos alertas agroclimáticos divulgados pela empresa nessa sexta-feira.

Próxima semana será marcada por chuvas de invernada no centro-norte do Brasil

De acordo com o alerta agroclimático da Rural Clima, os modelos indicam muitas chuvas para as regiões central e norte do Brasil a partir desse final de semana. Segundo o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, o tempo ainda permanece ligeiramente aberto em todo o Mato Grosso, mas deve haver algumas áreas de instabilidade atuando sobre Goiás, Minas Gerais, Pará, Maranhão e no norte do Tocantins. No Sul do Brasil também começa a chover devido ao avanço de uma frente fria.

Marco destaca que essa frente fria deve passar rapidamente pela região, trazendo chuvas pontuais para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina de hoje até domingo, mas sem grandes ocorrências no Paraná e no extremo sul do Mato Grosso do Sul, assim como na Argentina e no Paraguai.

Para as faixas central e norte do Brasil, por outro lado, há previsão de muita chuva em toda essa região, então pegando boa parte do Centro-Oeste, do Sudeste, do Matopiba, bem como também a faixa do Nordeste, inclusive do interior. “Teremos uma previsão de invernada, com tempo fechado e chuvas recorrentes em grande parte dessa região central e norte ao longo de toda a semana que vem. Somente mais para o final da próxima semana é que o tempo deve começar a abrir. Mesmo assim as aberturas de sol serão pequenas. Há risco de muitas chuvas em áreas produtoras de Rondônia, Mato Grosso, Goiás Minas Gerais, Matopiba, Pará, Acre e o sul do Amazonas nos próximos dez dias”, alerta.

No começo da semana que vem, o Rio Grande do Sul ainda pode ter chuvas mais irregulares, com uma tendência de abertura do tempo a partir de terça-feira (20). Somente no final da próxima semana, entre os dias 23 e 24, é que uma frente fria estará avançando pela Argentina, levando chuvas a áreas produtoras e atingindo também o Rio Grande do Sul até o dia 25.

Segundo Marco, como as frentes frias vão estar mais voltadas ao Sul do Brasil, deve parar de chover um pouco no centro e norte do Brasil até a virada do mês de fevereiro para março, quando as precipitações voltarão a ocorrer nessas áreas.

O agrometerologista ressalta que o mês de março se mostrará extremamente chuvoso ainda em todo o Brasil, com volumes mais expressivos na região centro e norte do Brasil.

Previsões para região central e norte do Brasil de março em diante

De março em diante, as chuvas nas regiões central e norte do Brasil, atingindo os estados do Sudeste, Centro-Oeste e Matopiba deverão ser marcadas por grandes volumes.

A tendência é de que o mês de março seja bastante chuvoso em áreas abrangendo desde o norte de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Pará, Rio de Janeiro e Espírito Santo. “O próximo mês deve ser bastante chuvoso em toda a faixa litorânea de São Paulo, o que deve exigir atenção nas operações do porto de Santos, assim como nos do eixo norte, como Miritituba, Santarém e Itaqui”, avalia.

Para o mês de abril, há uma tendência de que as chuvas no Sudeste e Centro-Oeste, incluindo também Rondônia, partes do Pará e partes do Mapitoba não se estendam tanto. No entanto, Marco explica que devido à zona de convergência intertropical que estará mais presente na região norte da região Nordeste, há uma tendência de que todo esse eixo norte, ou seja, o extremo norte do Mato Grosso, pegando áreas de Sinop para cima, partes de Alta Floresta, Confresa, toda a área mais ao norte que faz divisa com Pará, bem como também as regiões desse estado, o norte do Tocantins, Maranhão e parte do Piauí podem vir a ter chuvas um pouco mais consistentes da segunda quinzena de abril até o começo de maio.

No entanto, grande parte do sul e leste de Rondônia, boa parte do Mato Grosso, Goiás, sul do Tocantins, oeste da Bahia, extremo sul do Piauí, São Paulo e em Minas Gerais, as chuvas tendem a ser cortadas até meados de abril. Dificilmente nessas regiões deve haver grandes volumes de chuvas da segunda quinzena de abril para frente.

Para que as áreas mais ao sul da região central venham a ter chuvas na primeira quinzena de maio seria preciso ocorrer algumas premissas, como uma perda de força mais rápida do fenômeno El Niño, o que não está acontecendo até agora, com ele ingressando no mês de abril já perto de uma neutralidade, o que favoreceria uma maior abertura para as entradas de massas de ar polar no Brasil.

Marco destaca que o risco para a ocorrência de geadas é inexistente, embora se saiba que as massas de ar polar ingressam, na maioria das vezes, na retaguarda ou atrás de uma frente fria. Isso poderia fazer com que essas frentes frias atinjam as regiões mais centrais do Brasil, muito embora, particularmente, o agrometeorologista prefira não apostar na ocorrência dessas chuvas em maio.

Marco ressalta que para quem ainda está no plantio de milho, ou seja, quase a totalidade dos produtores, a ideia é de que as chuvas na faixa central irão ser cortadas até no máximo o final da primeira quinzena de abril. “Depois disso é secura, porque há uma tendência, sim, de que já entre o outono e inverno se tenha um clima mais próximo da neutralidade. Ainda é cedo para que se possa afirmar sobre a ocorrência de uma La Niña, embora haja chances de formação do fenômeno para a metade do segundo semestre em diante”, sinaliza.

Para as lavouras de cana-de-açúcar, o mês de março, sendo extremamente chuvoso, pode atrapalhar o início da safra em São Paulo. Já no sul de Minas, pode melhorar as condições para o café. Mas o indicativo de chuvas muito irregulares em abril, a tendência é de que a colheita de cana-de-açúcar possa deslanchar entre a segunda metade de abril e maio. O clima mais seco, desse período em diante, pode trazer um certo problema aos canaviais no segundo semestre de 2024″, avalia.

Cenário de clima para a região centro-sul do Brasil

Ao longo de março, tanto na região Sul, quanto no sul de Mato Grosso do Sul e em partes de São Paulo, bem como no Paraguai e na Argentina, as chuvas deverão ser mais irregulares. Poderá haver períodos maiores sem precipitações de até dez dias, pois os maiores volumes continuarão concentrados no centro e norte do Brasil.

A tendência é de que as chuvas não devem se estender tanto no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e no sul de Mato Grosso do Sul a partir da segunda quinzena de abril em diante.

Para o mês de maio, a chance de ocorrer uma ou outra chuva na primeira quinzena é grande, com volumes mais concentrados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, sul e leste do Paraná e menores no norte desse estado. Para o sul de Mato Grosso do Sul, Paraguai e a Argentina as chuvas deverão ser melhores no mês de maio. “Não se descarta alguma ou outra paralisação nas colheitas no Sul do Brasil, por conta das chuvas”, alerta.

Devido ao enfraquecimento do El Niño e a tendência de neutralidade, pode haver o ingresso das primeiras massas de ar polar no centro-sul entre a virada de abril para maio, com o resfriamento das temperaturas, que devem oscilar entre 5 e 10 graus, na retaguarda da passagem de uma frente fria. “A passagem dessas frentes frias, com registro de chuvas, será de suma importância para as culturas de segunda safra de milho no Paraná, Mato Grosso do Sul, Paraguai e sul de São Paulo”, prospecta.

Nas áreas de trigo, há uma tendência de que, com as chuvas persistindo um pouco entre o final de abril e o começo de maio, os plantios possam ocorrer dentro de uma normalidade.

No mês de junho, está prevista uma concentração maior de chuvas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e nas áreas frias do sul do Paraná e do Paraguai. “Não se descarta a ocorrência de uma ou outra chuva, até mesmo em São Paulo e no sul de Mato Grosso do Sul”, conclui.

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Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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