Preços do açúcar devem continuar se recuperando no início de 2024

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   Porto Alegre, 5 de janeiro de 2024 – Depois de cair com força no final de 2023, o mercado internacional de açúcar passou a se recuperar ainda na virada do ano e deve permanecer firme nos primeiros meses de 2024. Em Nova York, o contrato mais negociado do momento do açúcar bruto chegou a testar a linha dos 20 centavos de dólar por libra peso em dezembro, mas encontrou um piso e passou a se recuperar, e agora já opera acima da linha dos 21 centavos.

Segundo o analista da Consultoria SAFRAS & Mercado, Maurício Muruci, o vai e vem do açúcar tem sido mais influenciado pelo mercado financeiro nestes últimos movimentos. “O final do ano sempre é um momento onde os especuladores liquidam posições compradas, realizam lucros e procurar encerrar o período com saldo positivo. Mas já passaram a cobrir grande parte dessas posições compradas. Com isso, os futuros ganharam força e devem continuar ganhando terreno no primeiro trimestre e talvez estendendo esses ganhos no segundo”, disse Muruci.

Outro fator que deve sustentar o açúcar no início de 2024 é a queda esperada para as taxas de juros nos EUA. Com isso, investimentos em renda fixa perderão atrativo, abrindo espaço para renda variável, onde estão inseridos os derivativos agrícolas, e o açúcar, que deverão receber mais atenção dos fundos de investimento e especuladores.

Produção global de açúcar deve crescer em 2023/24

A produção global de açúcar deverá crescer para 183,461 milhões de toneladas na temporada 2023/24, ante 175,307 milhões de toneladas em 2022/23, ou 4,65%, conforme estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O USDA

projetou que a demanda global do adoçante totalizará 178,431 milhões de toneladas em 2023/24, ante as 176,380 milhões de toneladas apontadas para 2022/23 (alta de 1,16%).

Assim, o mercado internacional de açúcar terá que lidar com um excedente de oferta de 5,03 milhões de toneladas em 2023/24, após déficit de de 1,073 milhão de toneladas em 2022/23. Conforme o USDA, um crescimento da produção acima do esperado para o Brasil e para a India deverá mais do que compensar os declínios previstos para as safras da Tailândia e do Paquistão em 2023/24.

Veja também uma entrevista com o analista de açúcar da Consultoria SAFRAS & Mercado, Maurício Muruci

Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) – Agência SAFRAS

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