Porto Alegre, 22 de dezembro de 2023 – Os preços do trigo seguem estáveis no Brasil, mas, sem negócios, são apenas nominais. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira, os vendedores, especialmente os de trigo de melhor qualidade, mantêm uma oferta controlada. Por outro lado, a demanda diminuiu significativamente, com os moinhos operando em um ritmo mais lento na aquisição de novos lotes.
“A estabilidade de preços atual é resultado da firmeza dos produtores em manter suas ofertas e da hesitação dos compradores diante das incertezas no mercado internacional. A atenção dos moinhos à importação argentina indica uma busca por alternativas que possam influenciar os preços domésticos nos próximos meses”, disse.
Embora a estabilidade de preços seja uma notícia positiva para os produtores, a incerteza em torno da importação de trigo argentino cria um ambiente de cautela no setor. Regionalmente, no Paraná, as indicações de compra variam entre R$ 1.260 e R$ 1.290 por tonelada FOB, enquanto a ponta vendedora mantém pedidas acima de R$ 1.450 por tonelada.
Conab
A colheita da safra 2022/23 de trigo atingiu 100% da área estimada para a temporada 2022/23 nos oito principais estados produtores do Brasil (Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul que representam 99,9% do total), conforme levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com dados recolhidos até 16 de dezembro. Na semana anterior, a ceifa estava em 99,9%. Em igual período do ano passado, o número era de 99,4%.
Argentina
A colheita de trigo atinge 65,2% da área na Argentina. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, os trabalhos avançaram 10 pontos percentuais desde a semana passada e estão 10,3 pontos atrasados em relação ao ano passado.
Fortes chuvas que atingiram o sul da área agrícola do país na última semana geraram atrasos na dessecação, ou interrupção dos trabalhos. Análises preliminares apontam danos às plantas.
A safra é projetada em 14,7 milhões de toneladas. Já foram colhidas 8,732 milhões de toneladas ao longo de 3,582 milhões de hectares.
Na última semana, o percentual de lavouras em boas condições passou de 12% para 22%. No ano passado, eram 9%. As ruins caíram de 37% para 33%, contra 47% um ano atrás.
O déficit hídrico, que atingia 41% das lavouras na semana passada, caiu para 13%. Um ano atrás, eram 23%. Por outro lado, cresceu de 8% para 20% a parcela de lavouras com excesso de água.
Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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