Demanda aparece pontualmente e comercialização da fibra do algodão é moderada

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     Porto Alegre, 6 de outubro de 2023 – O algodão apresentou uma desvalorização nos referenciais internacionais ao longo desta semana e novamente refletiu no mercado físico brasileiro. Porém, a demanda que vinha mais quieta começou a aparecer pontualmente, e a comercialização da fibra de algodão foi moderada com negócios para 2024, informou a SAFRAS Consultoria.

     Na quinta-feira (05), o preço da pluma colocada na indústria em SP ficou em torno de R$ 4,03/libra-peso, uma desvalorização de 0,49% em relação a semana passada, quando era cotada a R$ 4,05/libra-peso.

     O algodão no FOB de Santos encerrou o dia 5 negociado a US$ 76,00 centavos/libra-peso, uma queda de 3,06% ante US$ 78,39 centavos/libra-peso da quinta-feira da semana anterior (28). Diante destes valores, o algodão brasileiro segue competitivo na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) e o prêmio pago pelo algodão foi de -10,54 centavos/libra-peso contra ICE US. Há uma semana era -10,32 centavos/libra-peso.

Área da safra 2023/24 – Imea

     A primeira estimativa para a área destinada ao algodão em Mato Grosso ficou em 1,31 milhão de hectares, 9,10% superior ao observado na safra 2022/23. Esse aumento é reflexo do cenário atual de uma expectativa de redução do custo de produção do algodão, visto a baixa registrada, principalmente, nos custos com macronutrientes. Além disso, com a margem negativa registrada na rentabilidade do produtor do milho, a competitividade do algodão em relação ao cereal melhorou, principalmente para os produtores que já possuem a estrutura e o maquinário necessário para o cultivo do algodão. Desse modo, é esperado que sejam cultivados 210,66 mil hectares de algodão primeira safra e 1,10 milhão de hectares de segunda safra.

     No que tange a produtividade média do algodão em caroço, é projetada uma queda de 7,06% ante o estimado para a temporada 2022/23, totalizando 284,35 arrobas/ha. Cabe destacar que a produtividade final do ciclo depende de diversos fatores, e muitos deles ainda estão em aberto, como por exemplo o real impacto do El Niño, que tende a gerar condições climáticas desfavoráveis para a cultura do algodão no ciclo 2023/24.

     Por fim, a expectativa é de que sejam produzidas 5,60 milhões de toneladas de algodão em caroço e 2,33 milhões de toneladas de pluma neste novo ciclo, volumes 1,39% e 1,35% maiores que o estimado para o ciclo 2022/23, devido a maior expectativa de área semeada.

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     Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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