Porto Alegre, 22 de setembro de 2023 – A semana registrou preços mais altos e estáveis tanto no quilo vivo quanto nos principais cortes de carne suína do atacado. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, os frigoríficos atuaram com maior cautela nas negociações do animal vivo, avaliando nível de estoques e que o escoamento da carne no atacado tende a perder um pouco de força nos próximos dias, acompanhando a evolução do consumo na ponta final.
Em apresentação na sexta edição do SAFRAS Agri Week, o analista destacou que o produtor de carne suína brasileiro tem uma perspectiva um pouco mais promissora se comparada aos últimos anos.
A suinocultura brasileira está com um cenário um pouco melhor em relação aos anos anteriores. “2021 e 2022 foram anos críticos para o nosso setor, por conta dos preços baixos e dos custos de produção elevados. Os nossos produtores trabalharam com grandes prejuízos nos últimos dois anos, e essa conta agora em 2023 deve pelo menos terminar empatada, mas com um cenário bem melhor”, frisou Maia.
Entre os fatores que justificam o maior otimismo para a suinocultura brasileira, Maia apontou que a exportação continua apresentando bons números, e, principalmente, os custos de produção estão em queda. “Esse é um grande determinador para as margens do suinocultor, que sofreu bastante com os cultos mais altos e agora está conseguindo dar um respiro”, apontou o analista.
Enquanto a exportação de carne suína continuará importante para ajudar a controlar a oferta doméstica, com a China e a Europa enfrentando problemas de abastecimento e criando janelas de oportunidades para o Brasil, o comportamento das proteínas substitutas também tem que ser acompanhado de perto pelo suinocultor.
A carne de porco ainda é a terceira colocada na predileção do consumidor brasileiro. E como os preços da carne de frango caíram bastante neste ano, a carne suína acaba ficando um tanto de lado, escanteada. Até mesmo a carne bovina, que está com queda em alguns cortes, acaba sendo priorizada pelo consumidor. “Então… a carne suína tem digamos esse probleminha, de ser a terceira colocada na predileção do brasileiro e, neste cenário de carne de frango muito barata, quando a carne bovina também cai, o consumidor acaba migrando para ela. A carne suína não é aquela que é consumida no dia a dia do brasileiro’, salientou Maia.
Preços
Levantamento de SAFRAS & Mercado apontou que a média de preços do quilo do suíno vivo no país avançou 0,88% na semana, passando de R$ 6,02 para R$ 6,08. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado seguiu em R$ 10,43 e a média da carcaça em R$ 9,64.
A análise semanal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo continuou em R$ 128,00. Na integração do Rio Grande do Sul, o quilo vivo teve aumento de R$ 5,15 para R$ 5,25 e no interior do estado estabilidade de R$ 6,25.
Em Santa Catarina, o preço do quilo na integração teve elevação de R$ 5,10 para R$ 5,30. No interior catarinense, o quilo vivo continuou em R$ 6,20. No Paraná, o preço do quilo vivo teve elevação de R$ 6,25 para R$ 6,30 no mercado livre e, na integração, seguiu em R$ 5,25.
No Mato Grosso do Sul, a cotação em Campo Grande teve estabilidade de R$ 6,05. Na integração, por outro lado, os preços aumentaram de R$ 5,10 para R$ 5,30. Em Goiânia, o quilo vivo se manteve em R$ 6,60, no interior de Minas Gerais em R$ 6,90 e, no mercado independente, em R$ 7,10. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis seguiu em R$ 6,00 e, na integração do estado, aumentou de R$ 5,10 para R$ 5,30.
Exportações
As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 143,378 milhões em setembro (dez dias úteis), com média diária de US$ 14,337 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 61,431 mil toneladas, com média diária de 6,143 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.333,90.
Em relação a setembro de 2022, houve alta de 30,3% no valor médio diário, de 36,8% na quantidade média diária e queda de 4,8% no preço médio diário. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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