Porto Alegre, 22 de setembro de 2023 – O mercado brasileiro de arroz mantém sua firmeza na penúltima semana de setembro, com cotações em contínua ascensão, impulsionadas por uma oferta cada vez mais restrita. “Não apenas no cenário nacional, mas também em toda a região do Mercosul”, destaca o consultor e analista de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira.
Esta escassez de oferta tem sido evidente nas dinâmicas comerciais entre Brasil e Paraguai. “Há uma crescente insatisfação entre os importadores brasileiros em relação a algumas empresas paraguaias”, relata. Estas, após fecharem vendas antecipadas e não cumprindo com o prazo de entrega, agora buscam renegociar preços, motivadas pela recente alta nas cotações, que alcançaram os US$ 740 por tonelada do arroz branco, tipo 1.
“Por outro lado, a escalada dos preços da matéria-prima está pressionando as unidades de beneficiamento a repassarem os custos”, pondera o analista. Diante deste cenário de insumos mais caros, as indústrias têm buscado efetuar novos ajustes junto ao varejo. Esta realidade, marcada por custos elevados para as indústrias, tem reflexos claros nos pontos de venda, com reajustes começando a ser notados nas gôndolas.
A média da saca de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista), principal referencial nacional, encerrou o dia 21 de setembro cotada a R$ 102,24, apresentando um avanço de 1,49% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, houve uma alta de 9,14%. E um aumento de 33,92% quando comparado ao mesmo período de 2022.
De acordo com o último o relatório de embarques nos portos brasileiros, o line-up, aproximadamente 24,5 mil toneladas ainda estão programadas para embarque no mês de setembro. E, ao menos, 43,3 mil toneladas já foram, de fato, embarcadas no mês. No acumulado para a temporada, os registros de exportação de arroz (base casca) permanecem em 864,04 mil toneladas (março/setembro). Em 2022, acumulado era de 1,4 milhão de toneladas. Os principais destinos dos embarques neste mês são Senegal, Costa Rica e Cuba.
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Rodrigo Ramos/ Agência SAFRAS
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