Porto Alegre, 20 de setembro de 2023 – A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o milho fechou a sessão de hoje com preços mais altos. O mercado foi sustentado pela fraqueza do dólar frente a outras moedas e pela firmeza das bolsas de valores europeias, mantendo os ganhos registrados mais cedo.
O desempenho negativo do petróleo em Nova York, o início da colheita de grãos nos Estados Unidos e os sinais de uma maior oferta mundial, por outro lado, limitaram a valorização.
O mercado brasileiro e internacional de milho terá dificuldades para uma recuperação nos preços na temporada 2023/24. A avaliação foi feita pelo consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, durante palestra realizada há pouco no segundo dia do 6º SAFRAS Agri Week, evento totalmente on line e gratuito que está ocorrendo nesta semana, entre 19 e 21 de setembro.
Na Bolsa de Chicago (CBOT), com a safra americana entrando em colheita e beirando a um recorde, o preço atual em torno de US$ 4,80 por bushel não é a nova realidade do mercado. “Devemos voltar a preços entre US$ 4,00-4,30 tão logo a colheita passe dos 50% nos Estados Unidos”, afirmou.
Destacou que o quadro de oferta e demanda americano é confortável, e que a Bolsa reflete o cenário dos EUA. “O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) cortou a produtividade na Estimativa americana e pode haver ajustes até janeiro, mas isso não vai alterar muito o quadro”, disse. Ressaltou que o recorde de produção de milho para o país é de 384,8 milhões de toneladas em 2017 e agora a estimativa é de 384,4 milhões de toneladas, muito próximo deste patamar mais elevado.
“A dúvida que se tem com a safra americana é com o peso do grão pelas condições climáticas até agora. Isso vai definir o tamanho. Mas ainda é uma safra boa. Não dá pra se imaginar mais um grande corte na safra americana. Não deve provocar uma reversão de preços, é uma hipótese cada dia mais remota”, analisou Molinari.
Ele indicou ainda que achar que o preço pode subir com esse quadro é “ser um sonhador”. Olhando mais à frente, para a seguinte safra americana, ele disse que se a safra vier normal e sem redução de área poderá vir um novo recorde produtivo.
Na sessão, os contratos de milho com entrega em dezembro fecharam a US$ 4,82 1/4 por bushel, ganho de 6,00 centavos de dólar, ou 1,25%, em relação ao fechamento anterior. A posição março de 2024 fechou a sessão a US$ 4,96 3/4 por bushel, baixa de 6,25 centavos de dólar, ou 1,27%.
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Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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