Porto Alegre, 14 de setembro de 2023 – A Bolsa de Mercadorias de Nova York (Ice Futures US) para o café arábica encerrou as operações desta quinta-feira com preços mais altos.
O mercado teve uma sessão de altos e baixos. Operou em baixa boa parte do tempo, com a mínima para dezembro batendo em 149,30 centavos de dólar por libra-peso. E novamente conseguiu reagir e voltar a trabalhar acima de US$ 1,50 a libra-peso. Segue este sendo um importante ponto de suporte para o arábica em NY.
Além da recuperação técnica, o mercado encontrou suporte na baixa do dólar contra o real no Brasil, que tira a competitividade do país nas exportações, sendo aspecto altista em NY. Porém, os dados dos embarques brasileiros seguem demonstrando um bom desempenho nos últimos meses. A valorização do petróleo foi outro fator positivo para os preços do café.
As exportações brasileiras de café somaram 3,673 milhões de sacas de 60 kg em agosto deste ano, volume que implica crescimento de 29,4% em relação ao registrado no mesmo mês de 2022. Em receita cambial, o avanço foi de 7,5% no mesmo intervalo comparativo, com os ingressos obtidos com as remessas chegando a US$ 723,8 milhões. Os dados fazem parte do relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Com o desempenho das exportações brasileiras de café em agosto, os embarques nos dois primeiros meses do ano safra 2023/24 evoluíram para 6,672 milhões de sacas, gerando receita cambial de US$ 1,354 bilhão. Essa performance implica altas de 24,5% em volume e de 6,6% em valores.
No entanto, no acumulado de janeiro ao fim de agosto deste ano, o Brasil remeteu 22,904 milhões de sacas ao exterior, montante ainda 9,7% aquém do que o registrado nos oito primeiros meses de 2022. Em receita cambial, a queda é de 17,3%, com os ingressos recuando de US$ 5,926 bilhões no ano passado para os atuais US$ 4,903 bilhões, o que reflete a redução das cotações no mercado, já que o preço médio da saca exportada declinou 8,3%, de US$ 233,55 para US$ 214,08.
Para completar, segue a preocupação com o clima para as floradas no Brasil, com chuvas irregulares em muitas regiões, o que gera temores em relação à safra de 2024.
Os contratos com entrega em dezembro/2023 fecharam o dia a 154,00 centavos de dólar por libra-peso, elevação de 2,05 centavos, ou de 1,3%. A posição março/2024 fechou a 154,90 centavos, alta de 1,75 centavo, ou de 1,1%.
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Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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