Porto Alegre, 8 de setembro de 2023 – Desde o início da semana, o Rio Grande do Sul tem enfrentado um cenário dramático devido às intensas chuvas que atingiram a região norte, causando a elevação dos níveis dos rios e afetando diversas áreas do estado. A situação tem gerado preocupações tanto em relação às enchentes quanto aos impactos nas lavouras da regional de Santa Maria.
Em entrevista exclusiva à Agência SAFRAS, o assistente técnico da regional da Emater/RS, Luis Fernando Rodrigues, relatou que as precipitações resultaram em problemas significativos ao longo dos rios das Antas e Taquari, afetando comunidades ribeirinhas e gerando reflexos que perduram até o momento.
“Um dos principais rios da região, o Jacuí, que banha diversas cidades da área leste, como Dona Francisca, Agudo e parte de Paraíso do Sul, registra um nível oito metros acima do normal”, afirma.
De acordo com Rodrigues, apesar de estar estabilizada por enquanto, a situação pode se agravar devido à liberação de água das barragens acima do rio, como Dona Francisca, Itaúba, Maia Filho e Passo Real. Essas barragens estão liberando água pelas comportas devido ao excesso de volume acumulado.
“Por outro lado, os rios mais próximos de Santa Maria, como o Vacacaí, também estão em elevação. Esse rio, que se estende desde São Gabriel e passa por Santa Maria e Formigueiro, deverá refletir nos próximos dias o volume de água das cabeceiras, causando elevação em seu nível”, explica. O técnico tranquiliza dizendo que essa elevação é esperada a médio prazo, sem grandes impactos imediatos.
Impacto nas lavouras
O rio São Sepé já saiu de seu leito normal devido às chuvas excessivas, causando preocupações adicionais. Os reflexos dessas enchentes também se estendem às áreas agrícolas. As regiões que já estavam com o solo preparado para o plantio do arroz ou em processo de preparação enfrentam prejuízos. A força das correntezas pode lavar a superfície do solo e desmanchar estruturas nas lavouras, afetando principalmente as áreas não sistematizadas para a semeadura.
Segundo o assistente técnico, os dados são preliminares sobre os números de propriedades e infraestruturas prejudicadas. Um levantamento ainda está sendo finalizado pela Emater/RS.
Este é pior evento climático registrado no RS, segundo o governo estadual. Até o momento, o ciclone extratropical matou 41 pessoas e causou estragos em mais de 80 municípios.
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Ritiele Rodrigues (ritiele.rodrigues@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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