Porto Alegre, 8 de setembro de 2023 – O mercado brasileiro de algodão encerrou a semana com preços 0,62% superiores aos do fechamento da anterior. No CIF de São Paulo, a fibra é cotada a R$ 4,08/libra-peso. O movimento de recuperação das cotações domésticas foi na contramão de Nova York (até o momento apresenta queda semanal de 4,2%). No mercado cambial, a alta de 0,9% apenas amenizou o impacto do tombo externo sobre as linhas de paridades, informou a SAFRAS Consultoria.
No FOB do porto do porto de Santo/SP, a pluma de algodão era disponibilizada a 79,76 centavos de dólar, o que corresponde a uma queda de apenas 0,05% em relação à última sexta-feira (1). O comportamento semanal distinto entre os preços pagos para o mercado doméstico (+0,62%) e para a exportação (-0,62%) sustenta a percepção de que, diante da fraqueza da demanda interna, os agentes recorrem à válvula de escape das vendas externas para aliviar a pressão sazonal de oferta gerada pela colheita da safra nacional, disse o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Amarildo Bento. “Os bons volumes exportados em agosto e os prêmios negativos também corroboram esse sentimento”, completa.
Alargando um o lapso temporal, há um mês o produto brasileiro era 10,9% mais acessível que o contrato spot da fibra norte-americana na Bolsa de Nova York. Nesta sexta-feira era 7,5% mais barato. O que esses números mostram é que, mesmo com um leve estreitamento do spread entre os preços dos dois maiores exportadores globais, o algodão brasileiro segue mais competitivo no FOB exportação.
Colheita
A Abrapa informou o progresso da colheita da safra 2022/23 de algodão no Brasil até sexta-feira (1). Paraná tinha 100% da área colhida; São Paulo, 98% Mato Grosso do Sul, 100%; Minas Gerais, 90%; Goiás, 88,7%; Bahia, 81,4%; Mato Grosso, 89%; Piauí, 98,45% e Maranhão, 78%. A média do Brasil era de 88% da área colhida.
Já o beneficiamento da safra 2022/23 de algodão no Brasil chegou a 36% no dia 1o de setembro. O Mato Grosso tinha 31% da safra beneficiada; Bahia, 51%; Goiás, 58%; Minas Gerais, 50% Maranhão, 23%; Mato Grosso do Sul, 52%; Piauí, 45%; São Paulo, 98%; e Paraná chegou a 87%.
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Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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