Porto Alegre, 1 de setembro de 2023 – De acordo com o alerta agroclimático da Rural Clima, as chuvas dos últimos cinco a sete dias em partes do Brasil, superando a marca de 100 milímetros em algumas regiões, pode ter deixado os produtores confusos sobre a definição de início do plantio. O agrometeorologista Marco Antonio dos Santos, informa, porém, que essa anomalia de chuva não significa muita coisa, pois está mais ligada ao avanço da massa de ar polar sobre o sul do Brasil, empurrando a frente fria para a parte central do país, do que propriamente ao fenômeno El Niño.
Santos ressalta que houve registros de boas chuvas em Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Minas Gerais e São Paulo. No entanto, isso não significa que já houve uma regularidade das chuvas, pois os modelos meteorológicos agora estão sinalizando que as precipitações nessas áreas ficarão bastante irregulares até o dia 20 de setembro. “Isso exige a atenção dos produtores de Mato Grosso, da faixa central e norte do Brasil. Até lá não haverá ausência, mas chuvas serão muito irregulares”, pontua.
O agrometeorologista detalha que as chuvas nos próximos 20 dias deverão estar mais concentradas no sul do Brasil, atingindo áreas de Mato Grosso do Sul, parte de São Paulo, Paraguai, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. “Somente no extremo oeste de Mato Grosso, em Rondônia e na Bolívia é que pode haver chuvas, com a passagem dos corredores de umidade”, sinaliza.
As temperaturas deverão ficar mais altas a partir de agora, o que é uma preocupação para quem pensa em soltar o plantio onde não chover. “Não se observará mais frio, mas para quem ainda está colhendo milho safrinha e trigo no sul do Brasil, bem como no Paraguai, pode haver preocupações com as chuvas previstas daqui para frente”, analisa.
Santos faz a ressalva bem importante de que o regime de chuvas ainda não se instalou no Brasil, o que exige a atenção dos produtores.
Paraguai
No Paraguai, a meteorologista Ludmila Camparotto destaca que um sistema avança pelo país e há grande expectativa de chuvas sobre a parte sul e oriental no final de semana, associada de ventos e temporais. Acrescenta que, no início da próxima semana, os corredores de umidade podem provocar chuvas sobre a região do Chaco e para a faixa central do Paraguai com bastante vento, o que traz riscos para o tombamento do milho.
Ludmila informa que um novo sistema estará avançando sobre sul do Brasil na próxima semana, ingressando no Paraguai já na quarta-feira e provocando novas chuvas. “O tempo deve ficar mais firme no Paraguai na segunda semana de setembro, embora haja uma expectativa de chuvas mais frequentes pelo país ao longo do mês. A boa notícia é que, por enquanto, não há preocupação para os produtores com relação ao frio”, conclui.
Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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