Porto Alegre, 18 de agosto de 2023 – O panorama do mercado de arroz segue apontando para um cenário de valorização nos preços, com diversos fatores contribuindo para essa tendência. A começar pela menor oferta do produto no mercado interno, que é reflexo de uma redução na produção. “A baixa disponibilidade é ainda mais acentuada pelo bom ritmo das exportações, ao mesmo tempo em que o consumo interno se mantém estável”, destaca o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira.
“Esta combinação de menor oferta e demanda constante resulta em uma pressão ascendente nos indicativos”, explica o consultor. As vendas de arroz beneficiado ganharam algum impulso na semana anterior, levando as indústrias a buscarem o arroz em casca para recompor seus estoques.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as vendas externas de arroz em casca atingiram 103,78 mil toneladas até a segunda semana do mês de agosto, enquanto as exportações do produto beneficiado alcançaram 17,71 mil toneladas no período. Já as importações do cereal em casca atingiram apenas 1,14 mil toneladas, ao passo que as compras externas do produto beneficiado somaram 57,38 mil toneladas no período.
Sendo assim, a média da saca de 50 quilos de arroz em casca no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista) encerrou a quinta-feira (17) cotada a R$ 92,52, apresentando um avanço de 1,24% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, houve uma alta de 11,63%. E um aumento de 21,02% quando comparado ao mesmo período de 2022.
Um aspecto global que merece atenção é a influência do fenômeno El Niño e as consequentes preocupações relacionadas à escassez hídrica no sudeste asiático. “Se confirmadas as projeções de redução da disponibilidade de arroz para a próxima safra devido a estes fatores climáticos, é esperado que os preços elevados no mercado internacional se sustentem até, pelo menos, meados de 2024”, projeta o analista.
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Rodrigo Ramos/ Agência SAFRAS
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