Andando descolado dos referencias externos, mercado doméstico de algodão tem preços mais altos

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     Porto Alegre, 4 de agosto de 2023 – O mercado brasileiro de algodão andou descolado dos referenciais externos e teve uma semana de preços mais elevados. Apesar da melhora nas cotações domésticas, os negócios foram esporádicos, principalmente no spot entre indústria e produtor, informou a SAFRAS Consultoria.

     A ideia para pluma de algodão colocada no CIF de São Paulo encerrou a quinta-feira (03) em torno de R$ 3,95 por libra-peso. Em relação à semana passada, quando era cotada a R$ 3,90 por libra-peso, subiu 1,28%. Já no FOB porto de Santos, o algodão terminou o dia negociado a 78,85 centavos de dólar, ante 80,11 centavos de dólar da quinta passada (27), uma desvalorização de 1,57%. O vendedor brasileiro continua competitivo e com isso o prêmio do algodão nacional na Bolsa de Nova York seguiu negativo, indicado nesta quinta-feira (03) a -5,85 centavos, enquanto na semana anterior era -4,27 centavos/libra-peso contra o contrato dezembro/23 na ICE US.

     Em linhas gerais, o mercado físico mudou muito pouco. A demanda segue na defensiva, com comprador escalonando posições. Já a oferta ficou um pouco mais curta, com o produtor monitorando a volatilidade na ICE US, afirmou o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach.

     “O mercado busca uma acomodação, depois da forte desvalorização acumulada ao longo do último ano. Se comparado ao final da temporada 2022/23, quando trocava de mãos a R$ 5,86 por libra-peso, as perdas acumuladas alcançam 36%. E ficam ainda maiores se comparado aos R$ 8,00 por libra-peso obtidos em junho do ano passado, auge da entressafra da temporada 2022/22”, disse o analista. “Esses números reforçam a mudança no patamar de preço físico interno de algodão e confirmam uma maior presença de vendedores que compradores no mercado”, pontua Barabach.

     A colheita da safra 2022/23 avançou 10 pontos percentuais e alcançou 27,17% até o último dia 28 de julho, segundo levantamento da Abrapa. Na Bahia, segundo maior estado produtor do país, os trabalhos de colheita chegam a 37% da área plantada. Já no Mato Grosso a colheita está em 22% da safra. Os dois estados juntos representam 90% do total da área plantada com algodão no Brasil. Já o beneficiamento do algodão subiu de 5,16% na semana passada para os atuais 7,57%, sendo 24% na Bahia e apenas 2% no Mato Grosso.

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Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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