Ações da Europa fecham majoritariamente em queda com investidores avaliando dados e balanços

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     Porto Alegre, 14 de julho de 2023 – Os principais índices do mercado de ações europeu fecharam o pregão desta sexta-feira majoritariamente em queda, após uma semana de ganhos consecutivos, refletindo resultados desanimadores no setor de telecomunicações. O início da nova temporada de divulgação de resultados trimestrais na próxima semana aumenta a expectativa dos investidores em relação ao desempenho das empresas.

     “Foi um final um tanto indiferente para o que foi uma semana forte para os mercados europeus, que viram uma boa parte das perdas da semana passada desaparecerem, já que os mercados precificam a probabilidade de novos aumentos agressivos das taxas, em um cenário que sugere que os preços podem estar desacelerando muito mais rápido do que o esperado”, diz o analista-chefe de mercado da CMC Markets, Michael Hewson.

     As ações da Nokia, empresa finlandesa, despencaram quase 10% após a divulgação de uma atualização comercial que revisou para baixo as projeções de vendas líquidas e margem operacional para o ano inteiro. A faixa de vendas líquidas estimada pela Nokia foi reduzida para 23,2 bilhões a 24,6 bilhões de euros, abaixo da faixa anterior de 24,6 bilhões a 26,2 bilhões de euros. Além disso, a empresa também revisou sua faixa de margem operacional comparável para 11,5% a 13%, de 11,5% a 14%.

     Por sua vez, a sueca Ericsson registrou uma queda anual de 9% nas vendas orgânicas, com uma “queda acentuada” na América do Norte, enquanto a India apresentou crescimento. Além disso, a Ericsson relatou um prejuízo líquido de 600 milhões de coroas suecas (US$ 58,7 milhões), em contraste com o lucro de 4,7 bilhões de coroas suecas obtido em 2022, atribuído principalmente aos custos de reestruturação.

     Na mesma semana, os investidores acompanharam de perto a divulgação dos dados de inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, que ficaram abaixo das expectativas. Esses resultados seguem a tendência observada nos dados de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), divulgados anteriormente.

     Esses novos indícios de desaceleração dos preços nos Estados Unidos fortaleceram as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), possa realizar apenas mais um aumento de juros antes de encerrar o ciclo de aperto monetário. A decisão sobre a taxa de juros será anunciada pelo Fed no próximo dia 26.

     “As atas do Fed da semana passada sugeriram que o Federal Reserve prosseguiria com mais 2-3 aumentos nas taxas de juros até o final deste ano. Os números de inflação desta semana lançaram muitas dúvidas sobre essa visão, e, embora os formuladores de políticas do Fed, como Christopher Waller, queiram nos fazer acreditar que mais aumentos nas taxas estão por vir após julho, seria difícil acreditar nisso se o Fed continuasse aumentando as taxas quando o PPI dos EUA já está muito próximo de entrar em território de deflação”, observa Michael Hewson.

     Na Europa, o Banco da Inglaterra (BoE) enfrentou indicadores preocupantes durante a semana, como o forte crescimento salarial, enquanto a economia do Reino Unido contraiu 0,1% em maio, porém em um ritmo inferior ao esperado.

     “Os dados do Reino Unido desta semana, embora decepcionantes, foram um pouco melhores do que o esperado, dados os desafios enfrentados pelo aperto na renda do consumidor. Pode haver uma fresta de esperança na próxima semana, com foco particular nos números do PPI, que podem cair em território de deflação e tendem a ser os principais indicadores das futuras tendências de preços. Se estes forem fracos, há uma chance de que qualquer aumento da taxa de agosto seja o último que veremos, se observarmos uma queda acentuada no CPI de julho, quando esses números forem divulgados em meados de agosto”, diz o especialista.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices europeus no fechamento:

FTSE-100 (Londres): -0,08%, 7.434,57 pontos

DAX-30 (Frankfurt): -0,25%, 16.107,63 pontos

CAC-40 (Paris): +0,06%, 7.374,54 pontos

FTSE MIB (Milão): -0,39%, 28.663,3 pontos

IBEX-35 (Madri): -0,31%, 9.449,10 pontos

SMI-20 (Zurique): +0,80%, 11.110,19 pontos

PSI-20 (Lisboa): -0,49%, 5.987,17 pontos

Confira abaixo a variação dos índices na semana:

FTSE-100 (Londres): +2,45%

DAX-30 (Frankfurt): +3,26%

CAC-40 (Paris): +3,69%

FTSE MIB (Milão): +3,19%

IBEX-35 (Madri): +2,17%

SMI-20 (Zurique): +2,16%

PSI-20 (Lisboa): +1,66%

     As informações partem da Agência CMA.

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     Revisão: Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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