Porto Alegre, 30 de junho de 2023 – As cotações internacionais do açúcar caíram com força em junho. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), os contratos com entrega em outubro do açúcar bruto fecharam a sessão do dia 29 de junho a 22,08 centavos de dólar por libra-peso, ante 24,74 centavos em 31 de maio, queda de 10,75%.
Após atingir máximas de 11 anos e meio no início de maio, a 26,30 centavos na posição outubro, analistas avaliam que a forte guinada para baixo no mercado futuro de açúcar no final de junho se deveu a uma mudança no sentimento dos traders, que levou os fundos a liquidarem posições compradas, o que tende a ter continuidade no curto prazo.
Em termos fundamentais, o mercado foi pressionado também pelo aumento nos preços que as usinas de açúcar da Índia terão que pagar pela cana aos agricultores na safra 2023/24 (outubro-setembro), conforme determinou o governo local. A medida pode encorajar os canavieiros a incrementarem a área cultivada e levar o governo da Índia a aumentar as cotas de exportação de açúcar.
Por fim, um clima favorável para a evolução da safra brasileira de cana, seco e sem chances de geada no curto prazo, completou o cenário negativo para os contratos futuros do açúcar. Segundo a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), a produção de açúcar da região Centro-Sul totalizou 2,55 milhões de toneladas na primeira quinzena de junho, elevação de 18,71% no comparativo com o mesmo período do ano passado (2,15 milhões). No acumulado desde 1o de abril, a fabricação do adoçante totaliza 9,53 milhões de toneladas, contra 7,21 milhões de toneladas do ciclo anterior (+32,13%).
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) – Agência SAFRAS
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