Porto Alegre, 23 de junho de 2023 – O mercado brasileiro de arroz manteve o ritmo lento nesta semana, com oscilações mistas nos indicativos de preço. Segundo o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira, os orizicultores aguardam por novas vendas externas para trazer maior liquidez e impulsionar o escoamento do cereal.
As indústrias, por sua vez, demonstram pouco interesse em adquirir mais matéria-prima, pois estão bem abastecidas e trabalhando com estoques disponíveis, buscando oportunidades no mercado varejista. Já no varejo é possível observar muitas promoções de arroz branco, Tipo 1, com preços variando entre R$ 18,00 e R$ 20,00 para pacotes de 5 quilos em produtos mais comerciais, e entre R$ 21,00 e R$ 23,00 para marcas mais nobres.
A média da saca de 50 quilos de arroz em casca no Rio Grande do Sul, principal referencial nacional, fechou a quinta-feira (22) cotada a R$ 81,86, apresentando um recuo de 0,41% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, havia uma queda de 2,22%.
A reação esperada nas cotações do arroz ainda está condicionada às oscilações cambiais. “Entretanto, a moeda norte-americana permanece flutuando ao redor de R$ 4,80, patamar muito distante dos níveis ideais para impulsionar as vendas externas”, pondera o analista.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as vendas externas de arroz em casca atingiram apenas 1,6 toneladas até a segunda semana do mês de junho, enquanto as exportações do produto beneficiado alcançaram 5,2 mil toneladas no período. Já as importações do cereal em casca chegaram a 625 toneladas, ao passo que as compras externas do produto beneficiado já somam 10,45 mil toneladas no período.
Já de acordo com o último relatório de embarques nos portos brasileiros, o line-up, cerca de 28,15 mil toneladas estão programadas para embarque na segunda quinzena do mês de junho, enquanto pelo menos 111,2 mil toneladas já foram, de fato, embarcadas. No acumulado para a temporada, os registros de exportação de arroz (base casca) chegam a 434 mil toneladas (março/junho). Em 2022, acumulado era de 631,29 mil toneladas.
Embora tenham sido registrados volumes significativos de exportação em maio, totalizando, aproximadamente, 200 mil toneladas de arroz (base casca), os indicativos do cereal ainda não demonstraram uma recuperação expressiva. “Diante de uma safra com custos significativamente elevados, os orizicultores seguem adotando uma postura bastante cautelosa, aguardando por melhores condições de remuneração pelo seu produto antes de realizar suas vendas”, finaliza o consultor.
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Rodrigo Ramos/ Agência SAFRAS
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