Mercado brasileiro de arroz segue enfrentando conjuntura adversa

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Porto Alegre, 9 de junho de 2023 – O mercado de arroz segue enfrentando uma conjuntura adversa, pressionado pelo fim da colheita no Rio Grande do Sul e pela oferta de cereal do Mercosul. “A relação desfavorável entre câmbio, preços nacionais e internacionais têm levado muitas indústrias a considerarem mais viável importar arroz do que adquirir no país, beneficiando mercados como o Paraguai”, explica o analista e consultor de SAFRAS & Mercado. Evandro Oliveira.

Conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as vendas externas de arroz em casca atingiram cerca de 111,88 mil toneladas em maio, enquanto as exportações do produto beneficiado somaram 58,31 mil toneladas no mês. Enquanto isso, as importações de arroz beneficiado ultrapassaram as 91,72 mil toneladas no período, ao passo que as compras externas do produto em casca alcançaram apenas 2,78 mil toneladas.

Já de acordo com o último relatório de embarques nos portos brasileiros, o line-up, cerca de 76,4 mil toneladas estão programadas para embarque ainda na primeira quinzena do mês de junho. No acumulado para a temporada, os registros de exportação de arroz (base casca) chegam a 399,21 mil toneladas (março/junho). Em 2022, o acumulado era de 631,29 mil toneladas.

Os produtores de arroz enfrentam um cenário delicado, com dificuldades em encontrar um equilíbrio entre os custos de produção e a remuneração adequada por suas vendas. “Boa parte das tradings permanece fora do mercado, o que contribui para a distância entre os indicativos atuais e o preço viável para o arroz nacional no porto”, explica o analista. A comercialização tem se limitado a lotes pontuais, geralmente para “completar navio”, com valores entre R$ 87,00 e R$ 89,00 por saca.

“A fraqueza do dólar em relação ao real, juntamente com a pressão exercida por outras commodities como soja e milho, tem contribuído para o contexto desafiador do mercado de arroz”, acrescenta Oliveira. “A menor paridade de exportação torna o produto brasileiro menos atrativo no mercado externo, o que afeta as cotações domésticas e a competitividade das indústrias brasileiras”, finaliza.

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Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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