Porto Alegre, 2 de junho de 2023 – O mercado brasileiro de boi gordo foi pautado, ao longo de maio, por um quadro de forte pressão nas cotações. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, o mercado foi caracterizado também pelo descarte de matrizes, diante da curva pouco atrativa de preços no mercado de reposição, o que acentuou o movimento de pressão nos preços da arroba.
Segundo Iglesias, o ambiente de negócios no boi sugere a continuidade do movimento de queda no curto prazo, em linha com o volume de oferta expressivo, somada à dificuldade do pecuarista em cadenciar o ritmo dos negócios diante da perda de qualidade das pastagens. “A recuperação dos preços do boi gordo deve acontecer apenas no período de transição entre a safra e a entressafra, período em que a oferta será menos expressiva, no qual os frigoríficos terão mais dificuldades na composição de suas escalas de abate”, avalia.
Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi a prazo ficou em R$ 245,00 no encerramento de maio, contra os R$ 265,00 praticados no final de abril, queda de 7,55%. Em Dourados (MS), a arroba baixou 8,16% ao longo do mês, passando de R$ 245,00 para R$ 225,00 na modalidade a prazo. Em Cuiabá (MT), a arroba recuou 9,72%, de R$ 247,00 para R$ 223,00. Em Uberaba (MG), o preço a prazo foi cotado a R$ 235,00 por arroba, retração de 9,72% frente aos R$ 260,00 praticados no final de abril. Em Goiânia (GO), a indicação foi de R$ 220,00, desvalorização de 10,20% frente aos R$ 245,00 praticados no fechamento de abril.
Preços dos cortes de boi no atacado perdem força em maio
O mercado atacadista apresentou um mês de queda nas cotações. O quilo do corte do traseiro do boi foi cotado a R$ 18,40 no final de maio, queda de 5,64% ante os R$ 19,50 por quilo registrados no fechamento de maio. Já o corte do dianteiro foi vendido a R$ 13,70 por quilo no fechamento de maio, baixa de 4,2% frente aos R$ 14,30 praticados no final de abril.
Para Iglesias, mesmo no começo de junho não haverá grande espaço para a recuperação dos preços, considerando a posição de estoques da indústria frigorífica, que está elevado, somado ao comportamento dos preços das proteínas concorrentes, em especial da carne de frango, que ainda apresenta queda em suas cotações.
Exportações de carne bovina sinalizam crescimento de volumes em maio
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 859,213 milhões em maio (22 dias úteis), com média diária de US$ 39,055 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 168,509 mil toneladas, com média diária de 7,659 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 5.098,90.
Em relação a maio de 2022, houve perda de 12,6% no valor médio diário da exportação, alta de 10,6 na quantidade média diária exportada e desvalorização de 21% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
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Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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