Mercado tem previsto caminho para política monetária diferente do visto pelo Fomc, diz Powell

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Porto Alegre, 19 de maio de 2023 – O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afirmou que a visão do mercado sobre a inflação tem sido mais otimista do que a do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que espera uma pressão sobre os preços mais persistente.

“Recentemente, os mercados parecem estar precificando um caminho de taxa diferente do que o Comitê espera que seja apropriado”, afirmou Powell durante participação em painel na Conferência Thomas Laubach.

Segundo ele, essa discrepância não reflete uma falta de confiança no banco e sim “simplesmente uma previsão diferente”. “Uma em que a inflação cai muito mais rapidamente do que os membros do Comitê acham mais provável”, explicou.

Contudo, ele complementou: “eu diria que, até agora, os dados continuaram a apoiar a visão do Comitê de que reduzir a inflação levará algum tempo”.

Powell também ressaltou que as apostas do mercado “sempre refletem tanto as expectativas quanto a compensação pelo risco” e que “o que os participantes dizem em pesquisas sobre suas expectativas está, na verdade, mais próximo das opiniões do Comitê do que do que é refletido nos preços de mercado”.

Ele ressaltou que seu papel “não é defender nossa previsão”. “O que podemos fazer é ser claros sobre nossas expectativas de crescimento, inflação, desemprego e as prováveis implicações para a política”.

O Fomc elevou a taxa básica de juros em sua última reunião de política monetária, ocorrida entre os dias 2 e 3 de maio, em 0,25 ponto percentual (pp). Agora, as taxas estão em seu maior nível em décadas, na faixa entre 5,0 e 5,25%.

Apesar dos membros do Fed estarem expressando continuamente uma posição mais hawkish, indicando pelo menos uma manutenção das taxas nesse nível por algum tempo, o mercado vem precificando cortes já para o segundo semestre desse ano.

De acordo com a ferramenta Fed Watch do CME Group, 33% dos participantes acreditam que as taxas serão cortadas na reunião de setembro em 0,25 pp. Já em novembro, mais da metade do mercado acredita que as taxas já começaram a cair em relação ao nível atual. As informações são da Agência CMA.

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Revisão: Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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