Setor de carne suína não encontra espaço para alta e preços registram queda em abril

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Porto Alegre, 28 de abril de 2023 – O mês de abril teve queda generalizada tanto do quilo vivo quanto dos principais cortes de carne suína do atacado. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, o mês foi arrastado e não teve espaço para alta nos preços. “O atacado não consegue evoluir, e com isso os frigoríficos atuam de maneira retraída na compra do vivo”, pontua.

De acordo com o analista, o cenário sinaliza que a reposição entre atacado e varejo está fraca e, possivelmente, com a demanda na ponta final enfraquecida. “Temos que avaliar também que os cortes de frango estão bastante atrativos e o atacado da carne bovina também não está evoluindo, o que acaba pesando na progressão da carne suína”, ressaltou.

O ponto positivo para o setor de carne suína, segundo Maia, é o custo de nutrição animal. “O milho está caindo com força e o farelo de soja também. Isso acaba atuando positivamente para as margens”, explica. “Contudo, o custo de nutrição mais baixo pode levar os suinocultores a aumentar o peso dos animais, o que deve gerar um ambiente ruim para os preços nas próximas semanas”, diz Maia.

“O ritmo das exportações de carne suína está bom, só que o câmbio mais fraco tende a impactar as margens das indústrias”, finaliza o analista.

Preços

Levantamento de SAFRAS & Mercado apontou que a média de preços do quilo do suíno vivo no país recuou 2,08% no mês, passando de R$ 6,06 para R$ 5,94. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado caiu de R$ 10,66 para R$ 10,44, retração de 2,08%. A carcaça teve desvalorização de 2,02%, passando de R$ 9,61 para R$ 9,41.

A análise semanal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo teve alta de R$ 123,00 para R$ 125,00. Na integração do Rio Grande do Sul, o quilo vivo teve baixa de R$ 5,70 para R$ 5,60. No interior do estado, houve recuo de R$ 6,50 para R$ 6,20.

Em Santa Catarina, o preço do quilo na integração desvalorizou de R$ 5,70 para R$ 5,60, no interior catarinense de R$ 6,30 para R$ 6,05, no Paraná de R$ 6,30 para R$ 6,10 no mercado livre e na integração teve estabilidade em R$ 5,30.

No Mato Grosso do Sul, a cotação em Campo Grande teve diminuição de R$ 5,85 para R$ 5,60 e na integração de R$ 5,60 para R$ 5,50. Em Goiânia, o preço recuou de R$ 6,20 para R$ 6,00, no interior de Minas Gerais teve estabilidade de R$ 6,50 e no mercado independente de R$ 6,70. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis teve baixa de R$ 5,70 para R$ 5,50 e na integração do estado de R$ 5,60 para R$ 5,50.

Exportações

As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 178,463 milhões em abril (13 dias úteis), com média diária de US$ 13,728 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 71,170 mil toneladas, com média diária de 5,474 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.507,00.

Em relação a abril de 2022, houve alta de 44,1% no valor médio diário, ganho de 27,6% na quantidade média diária e avanço de 13% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

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Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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