Preços do petróleo caem após EUA sinalizar não ter pressa para repor estoques

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Porto Alegre, 23 de março de 2022 – Os preços dos contratos futuros de petróleo fecharam a sessão em queda, à medida que o pessimismo pesou sobre os mercados mais amplos e o governo dos Estados Unidos sinalizou que o reabastecimento da Reserva Estratégica de Petróleo (SPR) levará mais tempo do que o esperado anteriormente.

A secretária de Energia dos Estados Unidos, Jennifer Granholm, disse aos membros do Congresso hoje que a reposição do estoque pode levar anos. Apesar de os preços do petróleo nos país terem tocado recentemente mínimas de 15 meses, Granholm disse que as vendas obrigatórias pelo Congresso nos próximos meses e a manutenção em dois locais de armazenamento da SPR impedirão o Departamento de Energia de comprar petróleo barato.

“Este ano, será difícil para nós aproveitarmos esse preço baixo”, disse ela. “Mas continuaremos a procurar esse preço baixo no futuro, porque pretendemos ser capazes de economizar o dinheiro dos contribuintes.”

A crise bancária da semana passada quebrou o petróleo da faixa de negociação em US$ 10 do valor que estava preso há cerca de três meses. Desde então, a commodity recuperou parte dessas perdas, ganhando por três sessões consecutivas para começar esta semana. Para sua próxima etapa,

o petróleo pode seguir as pistas dos mercados dos Estados Unidos e da recuperação econômica da China.

Em um sinal de preço de baixa, a inclinação de venda do Brent – uma métrica que rastreia a disposição dos comerciantes de pagar por contratos que lucram com um declínio de preços – está pairando perto dos níveis vistos pela última vez em meados de agosto. Enquanto isso, o ritmo de recuperação da China tem sido mais lento do que o esperado.

Em contrapartida, o Goldman Sachs informou hoje que a demanda da China, o maior importador de petróleo do mundo, continuou a subir em todo o complexo de commodities, com a demanda de petróleo chegando a 16 milhões de barris por dia (bpd).

Também deu suporte aos preços a queda do dólar, que recua para uma mínima de sete semanas em relação a uma cesta de outras moedas, proporcionando um piso de preço para o petróleo, já que um dólar mais fraco torna o petróleo mais barato para os detentores de outras moedas.

“Seria de esperar que, em algum momento, os preços do petróleo devem voltar a subir, porque o dumping grossista das posições petrolíferas se baseou mais no medo do que na realidade”, afirma o analista do Price Futures, Phil Flynn.

O preço do contrato do petróleo WTI negociado na Nymex com entrega para maio caiu 1,33%, cotado a US$ 69,96 o barril. Já o preço do contrato do Brent negociado na plataforma ICE, com entrega para maio recuou 1,02%, cotado a US$ 75,91 o barril.

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