Porto Alegre, 23 de março de 2023 – As usinas do Centro-Sul do Brasil deverão colher e processar 565 milhões de toneladas de cana na safra 2023/24 (abril-março), ante 545 milhões na temporada anterior, uma elevação de 3,7%, conforme projeção da Consultoria SAFRAS & Mercado. “As estimativas que circulam por aí, de uma moagem de até 600 milhões de toneladas são exageradas”, disse o analista Maurício Muruci, durante apresentação na SAFRAS Agri Week. “Não podemos esquecer que até agosto as condições climáticas ainda eram de seca nos canaviais. Só começou a chover em setembro e outubro, de força moderada, e o regime de precipitações se firmou de vez apenas em dezembro. Então, não houve tanto tempo para a recuperação das lavouras”, completou.
Enquanto se debate o quanto de cana o Centro-Sul vai produzir na próxima safra, os preços do açúcar cristal seguem relativamente estáveis no mercado doméstico, com a saca de 50 quilos devendo fechar março com uma média de R$ 131,50. “Pela lógica, por conta da entressafra, os preços deveriam estar subindo. O que está acontecendo? A indústria adotou uma estratégia de não comprar nesse período, pelo menos não com força, não se expondo, não comprando volumes grandes. No entanto, os preços estão acima da média dos últimos cinco anos”, apontou Muruci.
Para os próximos meses, o analista não vê espaço para quedas contundentes nos preços domésticos do açúcar, mesmo com a safra já iniciando no Centro-Sul. “Não haverá aumento significativo da oferta, porque as usinas priorizam quase que totalmente o etanol no início da safra, por diversas razões. Até abril deveremos ter uma oferta relativamente restrita de açúcar. Então, poderemos ter até um cenário de alta nos preços, porque as usinas estarão voltadas ao etanol”, salientou o analista.
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Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) – Agência SAFRAS
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