Porto Alegre, 3 de fevereiro de 2023 – Janeiro foi negativo para o mercado brasileiro de soja. Os preços recuaram nas principais praças do país e a comercialização perdeu ritmo. Apesar dos contratos futuros terem tido uma leve alta em Chicago, o dólar recuou forte, pesando sobre as cotações domésticas e afastando compradores e vendedores.
Com isso, as atenções se voltaram para as lavouras. No Brasil, a falta de chuvas deve comprometer o potencial produtivo no Rio Grande do Sul. Nos estados do centro-norte, a colheita iniciou, mas em ritmo mais lento do que o normal, devido ao excesso de chuvas. A expectativa, no entanto, segue positivo para a safra, ainda estimada acima de 150 milhões de toneladas, a maior da história.
Na Argentina, a situação é diferente. A prolongada estiada de dezembro deve comprometer a produção. Em janeiro, houve o retorno das chuvas, mas fevereiro mostra mapas preocupantes. A grande dúvida é saber de que tamanho será essa safra.
O adido do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projetou uma produção de apenas 36 milhões de toneladas, 9,5 milhões de toneladas inferior à estimativa oficial do Departamento. Mas ressalvou que este número não é final.
A estimativa de produção de soja na Argentina para a safra 2022/23 foi ajustada para 42,1 milhões de toneladas, cum corte de cerca de 3,4 milhões de toneladas a menos na produção. Na campanha anterior, a produção havia atingido 43 milhões de toneladas, segundo informações de SAFRAS & Mercado.
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos recuou de R$ 190,00 para R$ 171,00 em janeiro. No Paraná, o preço caiu de R$ 178,50 para R$ 164,50. Em Rondonópolis (MT), o preço baixou de R$ 170,00 para R$ 153,00.
Os contratos futuros para março na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) acumularam valorização de 0,67% desde o início do ano, encerrando a sessão do dia 2 a US$ 15,34 ¼ por bushel. Já o dólar comercial caiu 4,41% no período, atingindo R$ 5,046.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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