Porto Alegre, 27 de janeiro de 2023 – O mercado brasileiro de boi gordo sinalizou mais uma semana de lentidão nos negócios. A exceção ficou por conta da região Sudeste, onde houve um movimento de recuperação dos preços após duas semanas de fluxo mais lento na comercialização após as notícias que podem ser favoráveis às exportações brasileiras, como a abertura das exportações para a Indonésia. “Em meio ao cenário de oferta mais tímida, com encurtamento das escalas de abate, já houve indicação de algumas negociações acima da referência média, principalmente para animais que cumprem os requisitos de exportação com destino à China”, explica o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias.
O movimento de baixa nas cotações seguiu presente no Centro-Norte do país, com os frigoríficos ainda exercendo pressão sobre o mercado, testando preços mais baixos. “No entanto, nas demais partes do Brasil a oferta já começa a rarear, sinalizando para uma maior dificuldade na continuidade desse tipo de estratégia por parte da indústria de agora em diante. É importante destacar que as pastagens seguem apresentando boas condições em meio ao grande volume de chuvas no Centro-Norte do país em janeiro, levando o pecuarista a reter os animais por mais tempo no campo e encurtando a disponibilidade de animais prontos para o abate”, sinaliza.
Os preços a arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do País estavam assim no dia 26 de janeiro:
* São Paulo (Capital) – R$ 280,00 a arroba, alta de 1,75% frente aos R$ 275,00 da semana anterior.
* Minas Gerais (Uberaba) – R$ 280,00 a arroba, avanço de 1,75% frente aos R$ 275,00 da semana anterior.
* Goiás (Goiânia) – R$ 265,00 a arroba, retração de 1,85% frente aos R$ 270,00 da semana passada.
* Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 260,00, estável frente à semana passada.
* Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 251,00 a arroba, baixa de 1,57% frente aos R$ 255,00 semana passada.
Demanda segue fraca, mas preços não chegam a cair no atacado
Segundo Iglesias, o atacado voltou a operar com preços acomodados no decorrer da semana, mas sem alterações frente à semana anterior, mesmo com uma demanda enfraquecida ao longo da segunda quinzena do mês, período pautado por menor apelo ao consumo.
O analista afirma que a população permanece descapitalizada, consequência das despesas tradicionais a esse período do ano, a exemplo da compra de material escolar, pagamento de IPTU e IPVA, entre outros. O quarto traseiro foi precificado a R$ 20,00 por quilo. O quarto dianteiro, por sua vez, continuou cotado a R$ 14,00.
Exportações
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 520,333 milhões em janeiro (15 dias úteis), com média diária de US$ 34,688 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 107,095 mil toneladas, com média diária de 7,139 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.858,60.
Em relação a janeiro de 2022, houve ganho de 0,8% no valor médio diário da exportação, alta de 8,6% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 7,2% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
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Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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