Porto Alegre, 6 de janeiro de 2023 – O mercado brasileiro de trigo teve mais uma semana de calmaria. Poucos negócios foram observados nos últimos dias. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira, os agentes vão dando sinais de que o cenário deve se manter no mês de fevereiro.
Enquanto isso, a ampla oferta após a safra recorde no Brasil segue pesando negativamente sobre as cotações.
“O vendedor permanece cauteloso, distante das negociações na esperança de melhores condições. Enquanto isso, produtores seguem otimistas, focando na busca por insumos, na expectativa de uma grande safra de trigo, cultura que vai se tornando uma alternativa à soja, principalmente no sul do país”, disse.
A postura retraída dos compradores também exerce pressão baixista, uma vez que a indústria parece bem abastecida para o curto prazo. “Outro fator que tem limitado significativamente a liquidez é a baixa demanda pelos subprodutos, fazendo com que boa parte dos moinhos nacionais encontrem dificuldade na venda dos derivados do cereal”, explicou o analista.
Os moinhos seguem recebendo cargas adquiridas em dezembro, portanto não buscam novas negociações. Com a proximidade das colheitas de milho e soja, os fretes seguem encarecendo, o que aumenta a dificuldade no escoamento da cultura de inverno. Além disso, a nova retração do dólar em relação ao real torna mais baratas as importações, trazendo ainda mais pressão sobre as cotações no mercado doméstico.
“Por enquanto, apenas negócios pontuais e embarques fracionados por meio de cabotagem têm sido reportados. Com poucos moinhos demonstrando interesse em melhor comercialização no mês de fevereiro, boa parte já começa a focar suas atividades para o início do mês de abril”, finalizou.
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Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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