Porto Alegre, 16 de dezembro de 2022 – O mercado brasileiro de arroz segue mostrando força. Na média do Rio Grande do Sul, principal referencial nacional, a saca de 50 quilos do cereal em casca encerrou a quinta-feira (15) cotada a R$ 91,03, um avanço de 2,05% em relação a semana passada. Frente ao mesmo período do mês anterior, a elevação já é de 12,32%. E é 46,43% superior quando comparado ao mesmo período do ano de 2021.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira, o mercado doméstico de arroz permaneceu pouco movimentado. “A corrida dos compradores em busca da matéria-prima segue exercendo suporte aos indicativos”, explica. Com a demanda aquecida, negócios já são reportados na faixa de R$ 100,00 por saca na região da Planície Costeira Externa gaúcha.
Para o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, que concedeu entrevista exclusiva à Agência SAFRAS, o preço gaúcho precisa atingir R$ 100 por saca de 50 quilos do arroz em casca para remunerar o rizicultor na safra 2022/23. “Estamos preocupados com relação ao próximo ano, para que o produtor cubra os custos de produção”, destaca.
Conforme o dirigente, o atual preço médio, acima de R$ 90 por saca, remunera o custo de produção da safra 2021/22. “Mas a maioria dos produtores já não tem mais cereal para negociar”, frisa. Para ele, há espaço para a saca superar os R$ 100 de média até a entrada da safra nova, que começa em março. “Tem condições pois as exportações estão muito boas”, pondera.
Em relação à nova safra, conforme levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os trabalhos de plantio já ultrapassam os 85% da área estimada no país. Na semana anterior, a semeadura atingia 83,9%. Em igual período do ano passado, a área plantada chegava a 85,1%. “No estado do Rio Grande do Sul, a semeadura está tecnicamente encerrada”, lembra o analista.
Rodrigo Ramos/ Agência SAFRAS
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