Porto Alegre, 4 de novembro de 2022 – O mercado doméstico de trigo seguiu operando com reportes pontuais de negócios. Os agentes permaneceram se ajustando aos movimentos das variáveis formadoras de preços. No último dia 31 de outubro, o final do corredor de exportação havia resultado em altas expressivas nas Bolsas internacionais.
Na quarta-feira (feriado de Finados no Brasil), a Rússia voltou ao acordo mediado pela ONU e pela Turquia para estabelecer um corredor marítimo seguro no Mar Negro. O ministério da Defesa russo confirmou seu retorno ao acordo após receber “garantias por escrito” da Ucrânia sobre a desmilitarização do corredor usado para o transporte de grãos. O resultado foi que as Bolsas devolveram toda a alta que havia acumulado com a suspensão do corredor. Apesar dessa retomada, as incertezas devem seguir.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin afirmou, ainda na quarta-feira, que suspenderá novamente o acordo se o país vizinho violar as garantias de que não utilizará o corredor humanitário e os portos ucranianos com fins militares.
Ainda no âmbito externo, o governo argentino anunciou a possibilidade dos exportadores a prorrogarem por até um ano a venda do trigo que já teve o tributo recebido pelas DJVEs. Isso só confirma que o vizinho brasileiro não terá trigo suficiente para cumprir os 8,8 milhões de toneladas já declarados. No âmbito doméstico, de um lado seguem as preocupações com o excesso de chuva no Paraná e de outro a euforia em relação a uma safra recorde no Rio Grande do Sul. No primeiro estado a base de compra segue por volta de R$ 1.850/t. No mercado gaúcho fica em torno de R$ 1.750/t.
Argentina
Apesar das chuvas registradas na última quarta-feira, novas geadas sobre o sul de Buenos Aires e La Pampa continuam gerando perdas adicionais às inicialmente previstas, de acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires. A projeção de produção de trigo caiu para 14 milhões de toneladas, uma redução de 1,2 milhão de toneladas em relação à estimativa anterior e 31,7% abaixo da estimativa inicial de 20,5 milhões de toneladas.
As condições de cultivo se dividem entre boas a excelentes (6%), normais (56%) e regular a ruins (38%). Na semana passada, 10% tinha condições de boas a excelentes, 55% normais e 35% ruins. Em igual período do ano passado, eram 82% das lavouras em situação boa a excelente e 18% em condições normais.
As condições hídricas se dividem entre ótimas e adequadas (61%) e de regular a seca (39%). Na semana passada, as condições entre ótima e adequada era de 58% e 42% de regulares a secas. Em igual período do ano passado, 15% das lavouras sofriam com déficit hídrico.
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