Bem ofertado, mercado de boi testa preços mais baixos ao longo de setembro

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Porto Alegre, 30 de setembro de 2022 – O mercado brasileiro de boi gordo finaliza o mês de setembro mais pressionado, com os frigoríficos ainda desfrutando um cenário de escalas de abate confortáveis, o que oferece as condições necessárias para testarem preços mais baixos na compra da arroba do boi.

Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, até foram evidenciadas tentativas de negociações acima da referência média para animais padrão China, como em São Paulo e Minas Gerais. No entanto, ainda que os preços ao longo do mês tenham sido positivos, esse tipo de movimento findou na última semana de setembro. “A incidência de contratos a termo foi outro elemento que justificou a ação dos frigoríficos, garantindo o conforto das escalas. Por fim, a política monetária adotada pela China, visando a valorização do Yuan, teve como efeito colateral uma atuação mais tímida dos importadores deste país mais próximo ao final do mês”, destaca.

Os preços a arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do País estavam assim no dia 29 de setembro:

* São Paulo (Capital) – R$ 292,00 a arroba, alta de 0,69% frente aos RS 290,00 praticados no início de setembro.

* Minas Gerais (Uberaba) – R$ 287,00 a arroba, contra R$ 280,00 na primeira semana de setembro, avanço de 2,50%.

* Goiás (Goiânia) – R$ 260,00 a arroba, queda de 5,45% frente aos R$ 275,00 a arroba praticados no começo do mês.

* Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 267,00 a arroba, baixa de 2,91% frente aos R$ 275,00 praticados no início de setembro.

* Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 258,00 a arroba, queda de 4,80% frente aos R$ 272,00 a arroba da primeira semana do mês.

Preços recuam no atacado na segunda metade de setembro

O mercado atacadista apresentou uma segunda quinzena enfraquecida em termos de demanda, resultando em um movimento de queda nas cotações. Segundo Iglesias, o potencial para reajustes dos preços deve ser maior na virada do mês, período em que há um maior apelo ao consumo em função da entrada dos salários na economia, motivando a reposição entre atacado e varejo. Ao longo de setembro, contudo, a variação nos preços dos cortes de traseiro ainda foi positiva, embora a variação dos cortes de dianteiro tenha sido negativa.

O quarto traseiro bovino foi cotado ontem (29) por R$ 20,70 o quilo, alta de 0,49% frente aos R$ 20,60 por quilo praticados no começo de setembro. Já o quarto de dianteiro foi cotado a R$ 15,50 por quilo, retração de 3,13% ante os R$ 16,00 registrados no início do mês.

Exportações sinalizam bons números em setembro

As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 927,251 milhões em setembro (16 dias úteis), com média diária de US$ 57,953 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 155,047 mil toneladas, com média diária de 9,690 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 5.980,40.

Em relação a setembro de 2021, houve ganho de 12,4% no valor médio diário da exportação, alta de 8,8% na quantidade média diária exportada e valorização de 3,3% no preço médio. Os dados são do Ministério da Economia e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

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Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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