Feriado quebra ritmo de negócios no mercado brasileiro de boi

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Porto Alegre, 9 de setembro de 2022 – O mercado físico de boi gordo registrou uma semana de fluxo limitado nas negociações. De acordo com o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, o feriado de quarta-feira quebrou o ritmo de comercialização, o que contribuiu para poucas mudanças nas cotações da arroba pelo país. Com exceção de São Paulo, nos demais estados o valor da arroba a prazo se manteve ou recuou durante a semana.

Os frigoríficos ainda se deparam com escalas de abate confortáveis, posicionadas entre sete e dez dias úteis em média, com uma ou outra indústria operando com um quadro ainda mais tranquilo. “Sem que haja um encurtamento nas escalas de abate, o mercado deve seguir operando sem muito espaço para que haja altas mais consistentes no preço da arroba”, afirma.

Outro fator que explica o quadro de estabilidade nos preços do boi leva em conta a boa incidência de animais a termo, garantindo uma boa oferta de gado para os frigoríficos

Com isso, os preços a arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do País estavam assim no dia 8 de setembro:

* São Paulo (Capital) – R$ 300,00 a arroba, ante R$ 290,00 na comparação com o dia 1 de setembro, alta de 3,45%.

* Minas Gerais (Uberaba) – R$ 280,00 a arroba, estável em relação à última semana.

* Goiás (Goiânia) – R$ 270,00 a arroba, ante R$ 275,00 (-1,82%).

* Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 275,00 a arroba, inalterado frente à semana passada.

* Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 271,00 a arroba, estável em relação à última semana.

Preços reagem no atacado

No atacado, a semana foi marcada por reajustes nos preços, em meio à entrada de salários na economia, fator que contribuiu para um incremento no consumo. “Este movimento também é importante para enxugar os estoques de carne, aumentando a propensão de reajustes ao longo da cadeia produtiva, pelo menos durante a primeira quinzena do mês”, explica Iglesias.

O quarto traseiro bovino foi cotado nessa semana por R$ 21,00 o quilo, avanço de 1,94% frente aos R$ 20,60 por quilo praticados na última quinta-feira (1). Já o quarto de dianteiro foi cotado a R$ 16,50 por quilo, aumento de 3,93% frente aos R$ 16,00 por quilo registrados na semana passada.

Exportação

Com uma movimentação total (carne in natura + carnes processadas), de 230.199 toneladas, as exportações de carne bovina cresceram 8,6% no volume e 15,8% na receita (US$ 1,36 bilhão) em agosto, informou a Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), que compilou os dados fornecidos pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia.

Esse é o maior volume mensal e de receita já movimentado dentro da série histórica das exportações de carne bovina. Em 2021, as vendas no mesmo mês foram de 211.887 toneladas e a receita de US$ 1,175 bilhão.

As exportações acumuladas de janeiro a agosto somam 1.520.093 toneladas e a receita US$ 8,825 bilhões, crescimento de 18,4% no volume e de 40,7% na receita.

Para a ABRAFRIGO, isso tem a ver com o aumento das compras pela China que, nesta época do ano, começa a preparar seus estoques para as comemorações do Ano Novo Lunar que, em 2023, começa em 22 de janeiro, período em que o consumo é elevado naquele país. Sozinha, a China comprou 131.884 toneladas em agosto.

Em 2021, o Brasil enviou para a China, até agosto, 600.588 toneladas com receita de US$ 3,135 bilhões. Em 2022, a exportação cresceu para 786.872 toneladas (+31%) no mesmo período, com receita de US$ 5,32 bilhões (+ 69,7%). Com este resultado, a China é a responsável por adquirir 51,8% das exportações brasileiras do produto no ano até agora e por 60,3% da receita.

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Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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