Recuperação na última semana não impede julho de perdas para soja

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     Porto Alegre, 29 de julho de 2022 – Os preços da soja acumularam perdas no mês de julho no mercado brasileiro. A recuperação registrada na última semana serviu apenas para reduzir a desvalorização, em um período de poucos negócios, com os contratos futuros em Chicago e o dólar recuando e retirando o interesse dos negociadores.

     A saca de 60 quilos recuou de R$ 188,00 para R$ 186,00 no mês, em Passo Fundo (RS). Em Cascavel (PR), o preço baixou de R$ 190,50 para R$ 187,50. Em Rondonópolis (MT), a cotação passou de R$ 177,00 para R$ 172,00.

     No Porto de Paranaguá, a saca recuou de R$ 197,00 para R$ 194,00. Os prêmios apresentaram poucas alterações, refletindo a menor demanda por parte da China e a lentidão nas negociações no mercado doméstico.

     Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com entrega em novembro encerraram a quinta cotados a US$ 14,40 ½ por bushel, acumulando uma desvalorização de 1,2% no mês. Na semana, no entanto, os ganhos foram de 9,5%, em meio às preocupações com o clima seco nos Estados Unidos.

     O dólar comercial recuou 6,1% na semana e 1,3% no mês, fechando na quinta a R$ 5,164. O clima de menor aversão ao risco e a desaceleração da economia americana pesaram sobre a moeda americana.

     Safra

    Os produtores brasileiros de soja deverão cultivar 42,88 milhões de hectares em 2022/23, a maior área da história, crescendo 2,6% sobre o total semeado no ano passado, de 41,8 milhões. A projeção faz parte do levantamento de intenção de plantio de SAFRAS & Mercado.

     Com uma possível elevação de produtividade, de 3.027 quilos para 3.550 quilos por hectare, a produção nacional deve ficar acima da obtida nesta temporada. A previsão inicial é de uma safra de 151,5 milhões de toneladas, 20,3% maior que as 125,88 milhões de toneladas colhidas este ano.

     Mais uma vez, a alta rentabilidade da soja, amparada por preços elevados, deve incentivar os produtores brasileiros a aumentar a área semeada com a oleaginosa, mesmo com o aumento generalizado dos custos de produção. “Em comparação a outras culturas, a soja vem entregando uma ótima rentabilidade nos últimos anos, o que volta a trazer um ambiente favorável a expansão de área para a nova temporada”, explica o consultor de SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Roque.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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