Preço do arroz perde força no final de março, mas ainda sobe 3,64% no mês

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     Porto Alegre, 1 de abril de 2022 – A queda cambial vem retirando força dos preços domésticos, à medida que o cereal brasileiro passa a ser menos competitivo no mercado internacional. Na média do Rio Grande do Sul, principal referencial nacional, a saca de 50 quilos do grão em casca encerrou o dia 31 de março cotada a R$ 76,96, alta de apenas 0,07% em relação a semana passada. Mas era 3,64% mais alto frente ao mesmo período do mês anterior.

     Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Gabriel Viana, a demanda por arroz em casca esteve ligeiramente maior no Rio Grande do Sul nas últimas semanas. “Indústrias gaúchas e de outros estados buscam repor seus estoques e, em alguns casos, também aumentaram as ofertas de compra para efetivarem novos lotes”, explica.

     Os preços mais altos seguem sendo para o arroz restante da safra velha, que conta com maior qualidade. “A maioria dos produtores, por sua vez, se mantém retraída”, frisa o analista. “Dentro da conjuntura atual do mercado, podemos ter uma temporada em que, caso o dólar suba com a aproximação da eleição no Brasil, as exportações possam ganhar força com o aumento da paridade de exportação, dando suporte para que os preços do país inteiro subam no segundo semestre”, pondera.

     Segundo a Emater, a colheita de arroz atinge 53% da área no Rio Grande do Sul. Na semana anterior, eram 36%. Em igual momento do ano passado, eram 52 colhidos. A média para o período é de 48%. A colheita avançou significativamente, mesmo com registro de chuvas nas principais regiões produtoras entre os dias 22 e 24/03. A produtividade permanece próxima à inicialmente estimada, com algumas particularidades regionais, provocadas pela maior ou menor disponibilidade hídrica para a irrigação e pela incidência de temperaturas inadequadas em fases reprodutivas.

     Na Argentina, a colheita de arroz na temporada 2021/2022 atinge 64% da área esperada, informou o Ministério da Agroindústria da Argentina em seu relatório do dia 31 de março. Em igual período do ano passado, a ceifa estava em 61%. Na semana anterior, a colheita atingia 54% da área. A área para 2021/22 está projetada em 200,700 mil hectares, ante 199,993 mil hectares na temporada anterior.

     Rodrigo Ramos/ Agência SAFRAS

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