Porto Alegre, 11 de março de 2022 – Os preços da soja mantiveram sua trajetória de alta na semana, atingindo patamares recordes. Mesmo assim, a movimentação é limitada. Os produtores seguem retraídos, acompanhando a colheita, avaliando as perdas na safra pela estiagem e aguardando por patamares ainda melhores.
A saca de 60 quilos subiu de R$ 209,00 para R$ 213,00 em Passo Fundo (RS). Em Cascavel (PR), o preço passou de R$ 199,00 para R$ 202,50. Em Rondonópolis (MT), a cotação subiu R$ 1,00 para R$ 190,00. No Porto de Paranaguá (PR), o preço avançou de R$ 204,00 para R$ 206,00.
A alta interna acompanha a sinalização da Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT). Os contratos com vencimento em maio acumularam valorização de 1,55% até quinta, fechando a US$ 16,86 1;4 por bushel. O cenário fundamental, combinando menor oferta na América do Sul e demanda firme pelo produto dos Estados Unidos, deu sustentação ao mercado.
O impacto só não é mais positivo para a soja no mercado brasileiro, devido ao recuo do dólar frente ao real. A moeda americana acumulava desvalorização de 1,2% até quinta, cotada a R$ 5,078. Na manhã de sexta, após nova pressão, o dólar chegou a operar abaixo de R$ 5,00.
USDA
O relatório de março do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que a safra norte americana de soja deverá ficar em 4,435 bilhões de bushels em 2021/22, o equivalente a 120,7 milhões de toneladas. O número é o mesmo da estimativa anterior. A produtividade foi mantida em 51,4 bushels por acre.
Os estoques finais estão projetados em 285 milhões de bushels ou 7,76 milhões de toneladas. O mercado apostava em carryover de 270 milhões ou 7,35 milhões de toneladas. No relatório anterior, a previsão era de 325 milhões ou 8,85 milhões de toneladas.
O USDA indicou esmagamento em 2,215 bilhões de bushels e exportação de 2,090 bilhões. No mês anterior, as estimativas eram de 2,215 bilhões e 2,050 bilhões respectivamente.
O USDA projetou safra mundial de soja em 2021/22 de 353,8 milhões de toneladas, contra 363,9 milhões em fevereiro. Os estoques finais estão estimados em 89,96 milhões de toneladas. O mercado esperava por estoques finais de 88,9 milhões de toneladas. Em fevereiro, o USDA indicou estoques de 92,83 milhões de toneladas.
A projeção do USDA aposta em safra americana de 120,71 milhões de toneladas, mantendo a previsão anterior. Para o Brasil, a previsão foi cortada de 134 milhões para 127 milhões de toneladas. A safra da Argentina está estimada em 43,5 milhões de toneladas, um corte de 1,5 milhão sobre o relatório anterior. O mercado esperava por produções de 128 milhões e 43 milhões, respectivamente.
As importações chinesas foram cortadas de 97 milhões para 94 milhões de toneladas.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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