Porto Alegre, 4 de março de 2022 – O mercado brasileiro de algodão encerrou o mês de fevereiro com leve queda nos preços. Na média, a pluma brasileira no CIF do polo paulista fechou o dia 3 de março cotada a R$ 6,90 por libra-peso. Na comparação com o mesmo período do mês passado, tinha queda de 1,43% (R$ 7,00/lb).
No FOB exportação do porto de Santos/SP, a fibra terminou com alta de 3,05%, negociada a 139,03 centavos de dólar por libra-peso. Ante o contrato de Mai/22 negociado na Ice Futures US, o valor era 14,75% superior. Há um mês, era 11,9% mais alta.
O ataque da Rússia à Ucrânia mexeu com os mercados mundiais e trouxe grande volatilidade, especialmente às commodities. “Em um primeiro momento, o algodão disparou na ICE US e chegou a trocar de mãos a 125 centavos de dólar por libra-peso, seguindo o rally do petróleo”, relata o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Carlos Barabach. Depois do susto inicial, o algodão foi se acomodando, se aproximando de 120 centavos de dólar por libra-peso.
É verdade que a alta do petróleo encarece o poliéster e isto estimula a troca de insumo por parte das indústrias, o que tende a elevar a procura por algodão. Mas o ataque da Rússia a Ucrânia também deve resultar em sanções do Ocidente, que mesmo aquém do esperado, podem afetar o andamento da economia mundial, já debilitada por gargalos logísticos e inflação em alta.
Nesse sentido, prevalece um certo pessimismo, que naturalmente afeta os novos cenários de crescimento da economia em 2022. “É bom lembrar que o algodão já sustenta um forte rally na ICE US”, frisa Barabach. O mercado busca recuperação, depois do baque causado pela pandemia, que jogou a cotação da fibra abaixo de 50 centavos de dólar por libra-peso em abril de 2020 na Bolsa de NY.
A retomada da atividade junto com a quebra na produção dos EUA e do Brasil deram sustentação a uma rápida e acentuada alta das cotações. “E o movimento conduziu o algodão para bem perto de 126 centavos de dólar por libra-peso no início de fevereiro na ICE US”, lembra o analista. Mas os sinais de que o mercado estava inflado demais, junto a perspectiva de melhora na oferta futura, acabaram forçando correções na curva de preço”, finaliza.
Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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