Sem acordo entre Rússia e Ucrânia, commodities disparam e bolsas caem

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     São Paulo, 28 de fevereiro de 2022 – Representantes da Ucrânia e da Rússia reuniram em Belarus e não chegaram a um acordo para negociar condições para um cessar-fogo. Uma nova rodada de conversas ficou acertada, mas sem definição de data. Após o final das conversas, os ataques russos a Kiev e Kharkhiv se intensificaram.

     No mercado, petróleo e grãos sobem acentuadamente e as bolsas caem, avaliando os efeitos da nova onda de sanções do Ocidente à Rússia, que inclui a exclusão dos russos do sistema bancário SWIFT. Além disso, diversos países anunciaram o congelamento de contas russas no exterior.

     Segundo a agência Reuters, o Banco Central russo elevou a taxa básica de juros de 9,5% para 20% ao ano. O rublo despencou cerca de 30% frente ao dólar, atingindo a mínima histórica.

Às 15h50min, o petróleo para abril tinha alta de 5,22% em Nova York a US$ 96,39 o barril. Em Londres, a alta era de 3,05%, com o Brent se mantendo acima de US$ 100 na posição abril.

     Na Europa, as ações fecharam em baixa. Paris caiu 1,73%; Londres, 0,42% e Frankfurt teve recuo de 0,58%. Os índices encerraram acima das mínimas do dia. O dólar sobe na comparação com outras moedas e o Index Dollar tinha alta 0,18%.

     Commodities

      As preocupações com o fluxo de grãos e oleaginosas produzidos na Rússia e na Ucrânia impulsionam os preços das commodities agrícolas na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT). O movimento é liderado pelo trigo, que sobe mais de 8% nas primeiras posições.

     O temor é que o conflito se estenda por um longo período e que as exportações ucranianas fiquem impedidas. As sanções à Rússia acrescentam temor sobre o comportamento da oferta global, com os compradores avaliando alternativas de abastecimento de trigo, milho e oleaginosas. Os portos da Ucrânia seguirão fechados durante o conflito e o mercado avalia também problemas de logísticas no território ucraniano em decorrência dos ataques.

     O milho atingiu o limite de alta diária. A soja foi impulsionada ainda por fatores como a boa demanda pelo produto americano. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos anunciou hoje duas novas vendas por parte dos exportadores privados: 136 mil toneladas para China e 120 mil toneladas para destinos não revelados.

     Os contratos com entrega em maio do trigo têm elevação de 8,37% e estão cotados a US$ 9,32 por bushel. O milho tem alta de 5,33% a US$ 6,90 3/4. A soja sobe 3,94% e tem preço de US$ 16,47 1/2 por bushel. O café fechou com queda de 2,4% em Nova York. O açúcar teve ganho de 0,56% e o algodão subiu 0,58%.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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